A vacinação tem andado, de andador, com dificuldade, mas está evoluindo. No Brasil 36,8% da população recebeu uma dose e 13,1% está totalmente vacinada.
Na medida em que crescem os números de vacinados, na outra ponta, diminuem os números da pandemia, deixando por “terra” a teoria da imunidade de rebanho derivada do número de curados naturalmente. O momento ainda é de incertezas. Preocupante agora é justamente a velocidade da vacinação, que pode dar chance para o surgimento de variantes com poder de não serem suscetíveis às vacinas existentes.
Em realidade temos muito ainda a saber sobre a covid-19.
Fake News, negacionismo, crenças e pregações religiosas tem colaborado na lentidão do fechamento de grupos prioritários.
Outro senso comum é que de saco cheio de regras, as quais não se estava acostumada, a população vai ignorando cuidados pelo desejo de voltar para mais próximo da normalidade anterior a pandemia.
Nesse ponto o limão pode virar limonada. Apresentado no final do mês passado na Assembleia Legislativa, projeto prevê o retorno de torcedores aos estádios até uma capacidade de 35%, com varias condicionantes: teste negativo de covid nas últimas 48 horas, atestado de vacinação de primeira e segunda dose etc.
Se excetuando a proteção a vida, que não é pouco, o vacinado tem o mesmo tratamento do não vacinado, ambos tem as mesmas restrições de circulação, reunião e tudo mais.
Acho ser apelo suficiente, até para negacionistas, a condição de ter mais liberdade após a vacinação. Sem falar no comércio, principalmente o de entretenimento, que vê nesse contingente que cresce ao correr dos dias, um filão a ser explorado de maneira crescente.
Já imaginou, excursão para vacinados, balada para vacinados, e outros tantos momentos que hoje estão, sem motivo algum, longe de quem não precisa ficar em casa?
A não ser que a ideia seja criar salvadores da liberdade de segmentos, para caberem todos os deputados; interpreto que o projeto de retorno gradual aos estádios que deve ser votado na assembleia poderia ser mais ambicioso e olhar para o todo e não só para o futebol.
Liberdade aos vacinados. Eu apoio.
Paulo Sá, jornalista e analista político