Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, e Donald Trump, ex-líder norte-americano, realizaram nesta quinta-feira (27) o primeiro debate presidencial das eleições que acontecem no dia 5 de novembro. Com foco na imigração, guerra entre Ucrânia e Rússia e Israel e Hamas, os dois candidatos trocaram acusações e críticas. A invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021 também foi abordado no debate. “Trump precisa ser responsabilizado pelo que ele fez. Ele não se esforçou para impedir a invasão ao capitólio. Todos os envolvidos precisam ser condenados”, disse Biden sofre a tentativa de Trump de reverter o resultado. Enquanto o ex-mandatário disse que os Estados Unidos estão uma bagunça e que ele irá reverter esse cenário quando foi eleito. Biden chamou seu rival republicano de “criminoso convicto”, em referência à sua recente condenação penal em Nova York. “a única pessoa que é um criminoso convicto é o homem para quem estou olhando agora mesmo nesse palco”, afirmou Biden sore o magnata republicano durante o primeiro debate para as eleições presidenciais de novembro.
O magnata, prevendo sua vitória nas eleições, disse que quando assumir o poder em 20 de janeiro de 2025, a guerra entre Rússia e Ucrânia vai acabar, e que não concorda com os termos de Vladimir Putin, líder russo, para cessar o combate. “Se tivéssemos um presidente respeitado pelo Putin, ele jamais teria invadido a Ucrânia, e Israel jamais teria sido invadida se eu estivesse no poder”, disse. O ex-presidente republicano foi muito crítico em relação aos bilhões de dólares gastos pelos Estados Unidos para socorrer Kiev no conflito contra Moscou. “A inflação está matando nosso país”, afirmou Trump para Biden. A economia é um dos temas centrais da campanha eleitoral. “Gostaria de perguntar por que você permitiu que milhões de pessoas viessem aqui, de prisões, cadeias e instituições mentais, para vir ao nosso país e destruí-lo”, disse o magnata republicano.
Outro assunto que também se fez presente neste primeiro debate foi a questão da imigração, da qual Biden acusou Trump de ‘exagerar’ e ‘mentir’ sobre imigração, e chamou o republicano de trouxa, quando criticado sobre a inflação dos Estados Unidos. Dizer que os Estados Unidos abrem os braços para os imigrantes que entram ilegalmente no país “simplesmente não é verdade”, replicou Biden. “Não há dados que sBideustentem o que ele disse. Mais uma vez, está exagerando. Está mentindo”, acrescentou. O democrata tenta se desmarcar da retórica de seu rival, que acusa os imigrantes, muitos deles latino-americanos, de “envenenar o sangue” do país.
Também houve tensões sobre o direito ao aborto. Seu papel em restringir o acesso ao aborto no país foi “algo terrível”, disse o democrata ao republicano depois que seu rival se gabou de ter nomeado juízes da Suprema Corte que ajudaram a anular o direito constitucional ao aborto. No meio deste tenso intercâmbio, Biden soltou para seu rival: “Você é o trouxa, você é o perdedor”. Cada uma de suas palavras e gestos estão sendo analisados minuciosamente pelos americanos em um país politicamente muito polarizado, onde o voto dos moderados e dos indecisos em novembro pode ser vital. O debate aconteceu em Atlanta, capital da Geórgia, no sudeste do país.
O debate segue regras estritas: o microfone de cada candidato é desligado quando termina o tempo de resposta estipulado, não há público nem teleprompter, o aparelho que permite ler um texto sem desviar o olhar da câmera. É a primeira vez que o presidente e seu antecessor republicano estão frente a frente desde 2020. Os eleitores estão muito atentos ao evidente deterioro físico e às confusões de Biden, que parecem preocupar mais os cidadãos, segundo as pesquisas, do que as digressões falsas e as gafes de seu rival de 78 anos, apenas três anos mais novo. Biden se apresenta como uma garantia da democracia frente a um rival temperamental que nunca reconheceu sua derrota em 2020 e não compareceu à sua posse. O debate acontece enquanto os partidos democrata e republicano ainda não nomearam formalmente seus candidatos para as eleições. Eles o farão em julho e agosto. Está previsto um segundo debate em setembro, dois meses antes das eleições.