O ser humano sempre praticou um “toma lá, dá cá” com o além. O pedido e o pagamento são praticados quase que em todas as searas religiosas, não necessariamente por todos os fiéis.
Mas a conversa em oração acaba sempre em “se eu for atendido farei isso ou aquilo em seu nome” etc.
Já a natureza dos pedidos é tão diversa como alma de cada um, desde inconfessáveis desejos até a jocosidade em música pedindo a “Deus que mande um caminhão de ripa na cacunda da ex”.
Não é só nos bairros que candidatos circulam de quatro em quatro anos. Nas igrejas, templos, congregações e terreiros também.
Se o valor gasto com bênçãos, unções, orações, rezas e macumbas, direta e indiretamente, estivessem presente nas prestações de contas dos candidatos, a surpresa seria grande como um milagre.
Mas até aqui, a grande novidade é um “trabalho ideológico” mostrado em post nas redes sociais do Abílio Brunini, que publicou uma macumba em frente ao diretório do Partido Liberal (PL) em Cuiabá.
O resultado do jogo de obi e urubu (para saber se a oferenda foi aceita) não foi divulgado.
O “trabalho ideológico” citado aqui tem o sentido de oferenda, pois discursos ideológicos do alto de púlpitos e altares, contra essa ou aquela pessoa ou a favor desse ou aquele partido é feito há muitíssimo tempo, e mais recentemente de maneira escancarada.
Não há porque torcer o nariz para religiões de raiz africana, veja pelo lado bom, seu santo, ou intercessor, estará menos atarefado.