JULGAMENTO CASO SCHEIFER

“Todos os acusados aqui mentem”, diz promotora

Diante dos fatos, a promotora pediu a condenação do cabo Jucélio Gomes Jacinto por homicídio qualificado e que fica evidenciada nos autos que o acusado agiu dolosamente.

A promotora de Justiça, Daniele Crema da Rocha de Sousa, declarou nesta tarde (24.03) que os militares acusados da morte do próprio colega tenente Carlos Henrique Scheifer mentem e todas as versões apresentadas se afastam muito do que realmente aconteceu no dia 13 de maio de 2017. O julgamento teve início às 13h30 e ainda está em andamento, de forma virtual, pela Vara Militar de Cuiabá.

“Todos os acusados aqui mentem sobre a forma com seria dado essa ocorrência. Tinham a capacidade de ouvir barulho de mata quebrando e não sabiam de ouvir o barulho de um tiro de fuzil. Todas as versões apresentadas por todos os acusados se afastam muito do que de fato aconteceu”, declarou a promotora  do caso.

Segundo a representante do Ministério Público Estadual (MPE), o tenente foi morto por um disparo de fuzil muito próximo, de frente, e o tiro partiu de cima para baixo. E a confrontação balística comprovou que era o projétil do fuzil expelido do cabo Jucélio Gomes Jacinto.  “Todos nós sabemos que pode acontecer um erro e uma falha e sendo ceifado a vida de irmão de farda, mas só falou lá na frente, confessando o erro depois que a balística provou que o tiro saiu do seu fuzil  Qual a necessidade de mentir?”, questiona.

Nos autos, ainda ficou provado que antes da morte do oficial, Scheifer e Jacinto tiveram uma discussão devido os “modis operandi” da morte de Marconi um dos membros da quadrilha de banco, alvo da operação deflagrada pelos militares, em Matupá.

Após a comprovação da balística, o cabo Jacinto apresenta outra versão e disse que não teria relatado a verdade na ocasião por medo de represália e medo da família da vítima.  Afirma que teria confundido “O conceito de lealdade que é um dos lemas do Bope, passou longe. A história contada pelos acusados contrária a farda”, aponta o MP.

Diante dos fatos, a promotora pediu a condenação do cabo Jucélio Gomes Jacinto por homicídio qualificado e que fica evidenciada nos autos que o acusado agiu dolosamente. “Mata e não fala, mata e mente. Até agora a versão dele não encontra amparo nas provas. Compreensão do dolo de Jacinto que não teve outra intenção na ação do que agir para matar o tenente. Por isso, o MP pede a condenação de cabo Jucélio Gomes Jacinto por homicídio qualificado”.

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