LEI DO BARULHO

Teste. Alôôô, som. Doisssss

 

Cuiabá se prepara para editar nova Lei do Silêncio, com iniciativa do executivo.

Essas são as mudanças: O limite de 65 decibéis será substituído por duas faixas, até as 22 horas 85 decibéis e até a zero hora, 70 decibéis.

Muda também a forma de aferição. Antes a medição era feita dentro do estabelecimento e passará para 20 metros fora do estabelecimento alvo. Os shows nos bairros terão medição a 50 metros do ponto de origem do som e eventos que ultrapassem a meia noite, terão que ter autorização prévia.

A alegação é que a lei é de 1999 e não atende os padrões atuais.

Tem coisas que não mudam com o tempo. 17 quilos na data de nascimento do prefeito continuam representando o mesmo peso hoje, assim como os decibéis que sempre terão o mesmo valor, não importa se sussurrados em confissão ou gritados em um sete de setembro.

A lei foi feita se baseando na ciência e no recomendável para a saúde do ser humano.

Até 65 decibéis é o limite máximo para evitar estresse e desconforto.

80-85 decibéis é o nível onde a exposição prolongada pode causar danos auditivos, em especial em ambiente de trabalho.

O discurso de rigidez legalista com direito a punho cerrado, sobrancelhas juntas e um balançar de cabeça positivamente em entrevistas com a imprensa dizendo que Cuiabá vai ter ordem, foi visto mais de uma vez em todos os lugares possíveis.

Tal qual a fiscalização dos cabarés, que naquele caso tem legislação em vigor, lembrada pelo prefeito à época, que não permite o funcionamento em área urbana, foi bem nos bairros pobres até chegar em local frequentado por gordos pró-labores, distintos cargos públicos e senhores com títulos antes do primeiro nome.

Uma mudança na legislação trazendo cabaré para dentro da cidade, invocaria labaredas destruidoras de tal pecado na igreja do prefeito e um “deixa pra lá” foi institucionalizado, como em todas as administrações.

No caso da lei do Silêncio a aplicação estava indo bem enquanto era feita na periferia da cidade, até que chegou a moradores do entorno e proprietários de bares da Praça Popular, região nobre da capital.

Neste caso, a saída encontrada foi o prefeito amarrar as próprias mãos com uma nova lei, permitir o som alto dentro da legalidade e propagar que faz cumprir a lei como ninguém fez.

Tudo por causa do Bar do Seu Zé.

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