Por certo você notou que os eleitos sob a proposta de implantação da “nova política”, após seis meses, não tocam no assunto.
O motivo é simples, não há nada de novo.
Não estamos falando do estilo pessoal de cada prefeito.
Pôr a culpa no antecessor, pintar um quadro financeiro dramático, demonstrar austeridade econômica, rebatizar projetos, eleger o presidente da mesa diretora e barganhar maioria no parlamento, cooptar maioria nos Conselhos municipais, romper contratos e firmar novos com mesmo objeto e até com as mesmas empresas, demitir um tanto e contratar outro maior, negar cumprir promessas de campanha ou dizer que já cumpriu, fazem parte das mais antigas cartilhas não escritas sobre o assunto.
No visual, Várzea Grande, que nunca foi uma cidade bonita, consegue passar melhor impressão com uma sinalização horizontal e vertical das vias e pintura de meios-fios, pelo menos no centro da cidade que conta com uma malha viária recapeada por outros administradores, acaba se sobressaindo, já que em Cuiabá, a partir do centro, não se enxerga as faixas de pedestres e com asfalto mais velho, sofre com buracos que, já anunciado, levarão o ano todo para serem tapados.
Quem disse que cortou 40% da folha de pagamento chegou ao sexto mês do ano com uma folha mensal com 10 milhões a mais que seu antecessor.
Quem acusava superfaturamento na compra de remédios, comprou da empresa que ele mesmo denunciou, pagando mais de 4 vezes o valor de mercado.
Quem pregava austeridade da iniciativa privada, depois de eleito, sem exercer nem um cargo, contrata 15 pessoas para seu gabinete, todos com uma coisa em comum: concordam que o chefe seria excelente deputado estadual.
As mesmas vistas grossas para o transporte público. Um decretou gratuidade em domingos e feriados e só, no dia a dia as agruras são as mesmas e assim continuarão, já que a CPI do contrato com as empresas (isso sim é novidade) não consegue produzir nem notícia para a mídia.
Outra disse que não pode resolver tudo em seis meses, alegou falta de dinheiro e não moveu um fiscal para apurar as denúncias de vereador do seu partido, que diariamente revela as malandragens da empresa para faturar mais, e por partidarismo não denuncia a administração por inércia na fiscalização do contrato do transporte público.
A narrativa de um novo casamento (nova política) é isso, narrativa.
A noiva era a mesma e com os mesmos vícios, o vestido que era diferente.
Quem elege esposa para fiscalizar marido, não pode reclamar.
E segue a briga para definir a cor da zebra.