Ter um amor, afeto e relacionamentos saudáveis, tanto os românticos como os familiares e profissionais, faz muito bem ao coração. O contrário, viver sob estresse, manter relacionamentos tóxicos, deixar-se levar pela tristeza da solidão, pode causar a síndrome do coração partido, disfunção cardíaca desencadeada quando vivemos uma experiência de emoção negativa.
A causa está nos hormônios, explica a cardiologista Bianca Maria Prezepiorski, diretora médica do Hospital Costantini, de Curitiba. O hospital é referência nacional em doenças do coração. “O amor libera hormônios da felicidade, como ocitocina, serotonina, endorfina, dopamina”, explica.
A tristeza, um rompimento, uma briga, uma discussão, por exemplo, liberam cortisol, que comprime os vasos sanguíneos, aumenta a pressão e os batimentos cardíacos. “Uma tristeza longa será prejudicial ao coração”.
No dia dos Namorados, em que muitos celebram o amor, mas muitos também se entristecem com a solidão, é preciso ficar atento (a) para a síndrome do coração partido.
A síndrome foi diagnosticada pela primeira vez por médicos japoneses. A produção de adrenalina e de outros hormônios que causam estresse aumenta em situações de forte emoção. Isso pode interferir no funcionamento do coração.
A descarga desses hormônios na corrente sanguínea pode estreitar as artérias que irrigam o coração. Os sintomas são dor no peito, queda de pressão e até desmaios. A síndrome costuma ser passageira, mas demanda atenção, para evitar complicações. “Se a pessoa já tem um histórico cardíaco, é preciso ter cuidado”, afirma a doutora Bianca.
Para evitar a síndrome do coração partido, a doutora Bianca recomenda sair de relações tóxicas, no trabalho e fora dele, dormir bem, descansar, praticar atividades físicas e reservar um tempo para o lazer. “E, claro, tenha um amor, cultive a família e as boas amizades”, finaliza a especialista.