Todo Setembro Amarelo há a importante campanha em proteção a vida, e cada vez tem chamado mais a atenção a deterioração da saúde mental de crianças e adolescentes . Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2012 e 2022, o número de hospitalizações por lesões autoprovocadas nessa faixa etária aumentou em mais de 60%. Especialistas alertam que sinais de ansiedade, depressão e isolamento surgem cada vez mais cedo.
A psicóloga especialista em crianças e adolescentes, Claudia Melo, alerta sobre 0s sinais que os pais e educadores devem observar.
– Isolamento social: deixar de interagir com amigos, familiares ou atividades que antes eram prazerosas.
– Alterações de humor: irritabilidade constante, choro frequente, agressividade ou apatia.
– Queda no desempenho escolar ou recusa em frequentar a escola.
– Distúrbios do sono e da alimentação, como insônia, dormir em excesso, comer demais ou perder o apetite.
– Falas sobre desesperança ou autodesvalorização, ainda que em tom de brincadeira.
E o principal culpado é o uso excessivo de redes sociais, trazendo a tona sentimentos negativos de comparação com vidas irreais.
“Quando utilizadas sem orientação, podem intensificar sentimentos de comparação, inadequação e fracasso precoce. Imagens de vidas ‘perfeitas’ alimentam crenças negativas sobre si mesmo e geram ansiedade. A TCC mostra como esses pensamentos automáticos (‘todos são melhores que eu’, ‘eu nunca vou conseguir’) impactam diretamente as emoções e os comportamentos”, afirma a psicóloga.
É de extrema importância a presença de dialogo, sobre as emoções com as crianças e adolescentes, frisando que de maneira respeitosa. A especialista dá dicas para fazer de maneira que os deixe confortáveis e não acuados.
Dicas práticas:
– Acolher sem interromper: deixar a criança ou o adolescente falar até o fim, validando suas emoções.
– Usar linguagem simples e acessível: perguntas como “o que deixou seu coração apertado hoje?” ou “o que te fez sorrir?” ajudam a abrir espaço para a fala.
– Compartilhar experiências próprias em medida saudável, mostrando que sentir tristeza, medo ou insegurança faz parte da vida.
– Evitar minimizar (“isso não é nada”) ou apenas dar conselhos rápidos. O objetivo é fortalecer vínculo, não controlar.

