O Congresso Nacional vê a qualidade dos parlamentares, nossos representantes, sendo rebaixada a cada eleição. Quando se pensa que não é possível piorar, nos provam que estamos errados.

Se segurem, pois os maus ventos não vão para de soprar tão cedo.

Não é necessário lucidez, bom senso, ou qualquer qualidade exigida em passado recente de nossos parlamentares. Basta que eles tenham disposição para gritar, falar cuspindo uns nos outros e que acusem o outro lado de tudo de ruim que acontece, inclusive o que eles próprios estão fazendo.

Sem perceber os eleitores se digladiam por pautas que são dos próprios políticos. Saúde, educação, segurança são coisas do passado. Primordial é o bate-boca, transformando os plenários em um rinha onde ninguém se bica, basta bater as asas e cantar alto no Instagram.

Os eleitores estão tão envolvidos com o “passa dessa risca quem for homem”, que não são necessárias votações na calada da noite, para que a nação acorde com um privilégio novo para os nobríssimos parlamentares.

Agora fazem na cara dura, a luz do dia.

Para fazer com que um deputado ganhe sem trabalhar um único dia por meses a fio, se dedicando a ferrar com a vida de produtores brasileiros e desejando ardentemente uma invasão armada para livrar um único CPF da cadeia, fizeram dele o Líder da Minoria na Câmara Federal, que teria essa prerrogativa de exercer mandato a distância.

Muitos enchem a boca para falar que quem recebe 600 reais de Bolsa Família é vagabundo e não quer trabalhar.

No mesmo combo, colocam em votação um salvo conduto pra que parlamentares não possam ser, sequer, processados sem autorização do Congresso, que se fará por maioria absoluta de 2/3 dos intocáveis, em votação secreta.

Dinheiro público desaparecendo aos bilhões em emendas parlamentares que são repassados para prefeituras sem que se tenha um projeto ou o destino do dinheiro anotado em um rascunho.

Mas claro, tudo isso e muito mais, está sendo feito em nome do povo, que distraído, parou para ver a briga e vai sendo lesado enquanto torce para alguém, no meio do faz de conta que é por ti.