Um crime horroroso abalou Cuiabá nesta semana, repercutindo em todo o país.
Uma menina de 16 anos foi assassinada para lhe roubarem o bebe que foi retirado de seu ventre, com uma faca, enquanto ela ainda estava viva.
A assassina, mãe de três filhos, engendrou por meses o crime, selecionando candidatas. Emmelly foi a escolhida.
As lágrimas durante o depoimento da assassina, causadas pela pressão da confissão são mais críveis que as não vistas, mas possíveis, durante o pavor que a criminosa teve ao se deparar com a imprensa.
O desespero, talvez, tenha sido, mais pelas respostas que não podia dar, do que pela visibilidade, já que a farsa de sua gravidez foi sustentada nas redes sociais.
Isso, além da prisão e soltura do marido e parentes, foram vistas por todos.
Mas quem viu a Emmelly?
Uma menina pobre, menor de idade, sem dinheiro para comprar o enxoval de sua filha, com a vida prestes a ser alterada pela maternidade precoce, que em muito diminuiriam suas chances de formação intelectual e melhores oportunidades em seu futuro.
Os dados de gravidez na adolescência são manipulados em fatiamento da faixa etária e apresentação dos melhores resultados por cada governo, mas nos últimos anos tivemos, em média, 44 partos de meninas entre 15 e 19 anos, por hora, no Brasil.
Pais do século passado, onde as coisas mudavam mais lentamente, encontram dificuldades em estabelecer conversas edificantes com seus filhos que lhe acham ultrapassados cada vez que são chamados a auxiliar no manuseio do smartfone.
Nunca foi fácil segurar explosão de hormônios com conversas, mas são necessárias.
Ainda teremos muitas Nataly’s, a criminosa. Essas, infelizmente saberemos só depois de reveladas. O que podemos fazer é exigir punição exemplar.
Mas, teremos muitas Emmelly, a menina que foi assassinada. Essas poderemos ajudar de várias formas, não engravidar tão precocemente é uma delas.
A primeira semana de fevereiro é reservada a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência.
Mas sempre abafada pelo som dos tamborins.