A Polícia Civil de Mato Grosso registrou um aumento de mais de 184% no número de prisões relacionadas ao crime organizado. A atuação da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) teve como foco investigações especiais ligadas a crimes de sequestro, roubos/furtos contra instituições financeiras, de defensivos agrícolas e de cargas, esta última, (atribuição mais recente).
De janeiro a junho deste ano foram efetuadas 71 prisões, entre flagrantes e cumprimentos de mandados, em comparação a 25 do mesmo período do ano passado. As ações englobaram ainda prisões de integrantes de organizações criminosas envolvidas em crimes de estelionato, tráfico de drogas e adoção à brasileira. O número de prisões do semestre também já é superior em 73% ao total do ano passado, quando foram feitas 43 prisões pela unidade nos 12 meses do ano.
Em número de ações e apreensões a GCCO também já apresenta neste ano números superiores ao ano anterior. Nos seis primeiros meses de 2021, as apreensões totalizam 15 veículos (nove carros, três motocicletas, dois caminhões e um semirreboque), 17 armas de fogo, mais de R$ 64 mil em dinheiro, 358 munições de diferentes calibres.
As ações também resultaram na apreensão de três toneladas de explosivos e acessórios de detonação, aproximadamente R$ 3 milhões em defensivos agrícolas, uma carga de mais de 85 toneladas de soja. Foram também bloqueados R$ 12 milhões de contas bancárias e sequestro de diversos imóveis, valores em espécie e veículos pertencentes a criminosos, investigação realizada dentro da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco).
O delegado titular da GCCO, Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, que assumiu a unidade em março deste ano, destaca que o resultado positivo é um somatório de investigações realizadas pela própria unidade e também fruto da proximidade com delegacias do interior e parcerias com outras instituições.
“Através dessa aproximação com as delegacias do interior de Mato Grosso e até mesmo de outros estados, em que é dado apoio as ações operacionais e de inteligência, é possível a troca de informações que possibilitam trabalhar de forma conjunta na organização de algumas ações, garantindo maior eficácia do trabalho investigativo”, explicou.
A GCCO também tem buscado a integração com outras forças de Segurança como Polícia Rodoviária Federal (PRF), Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Fico), unidades congêneres de outros estados, buscando o enfrentamento às organizações criminosas.
Existe também o planejamento de capacitação para todos os policiais no combate ao crime organizado, lavagem de dinheiro, sequestro, extorsão mediante sequestro, roubo a bancos.
Antissequestro
Dois casos de grande repercussão no estado em que as vítimas tiveram sua liberdade cerceada pelos criminosos contaram com apoio da GCCO nas investigações para prender os autores e chegar ao esclarecimento dos crimes.
Um dos casos foi o latrocínio que vitimou Nicomedes Francisco Pinto Lopes, de 69 anos, morador de Chapada dos Guimarães. O corpo do aposentado foi encontrado no dia 25 de março, quatro dias após o crime, às margens da Rodovia Arquiteto Helder Cândia, em Cuiabá com duas perfurações de arma de fogo.
Dois casais envolvidos no crime foram identificados e presos pouco após a localização do corpo, em investigações coordenadas pela GCCO. Todos foram autuados em flagrante pelos crimes de receptação e associação criminosa.
Durante o inquérito policial para apurar os fatos, os quatro suspeitos tiveram o envolvimento identificado no roubo, sendo alvos de operação deflagrada da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Cuiabá e Delegacia de Chapada dos Guimarães.
Outra situação que a GCCO contribuiu para as investigações foi o roubo com cárcere privado cometido contra o filho de um empresário em Tangará da Serra. A vítima, um adolescente de 17 anos, foi abordada pelos criminosos no momento em que chegava da escola. Ele foi levado pelos suspeitos e encontrado horas mais tarde em uma região de mata na MT-358, no distrito de Progresso. As investigações apontaram quatro envolvidos no crime, sendo dois deles menores de idade, todos detidos.
Segundo semestre
Vitor Hugo destaca que a estimativa para o segundo semestre é de que as ações sejam intensificadas, uma vez que as investigações nas diferentes áreas de atuação da GCCO têm evoluído, e a equipe está unida em busca das resoluções dos casos, conhecendo cada vez mais a realidade de cada situação investigada e tendo mais noção da atuação do crime organizado.
“O planejamento é deflagrar mais operações não só dentro das atribuições da unidade, como em apoio às delegacias do interior, dando continuidade ao trabalho feito no primeiro semestre no combate as organizações criminosas atuantes no estado”, destacou.
Já nos primeiros dias do mês de junho a GCCO em investigações realizadas em conjunto com a Delegacia de Paranatinga desarticulou uma organização criminosa atuante no furto e roubo de cargas de grãos em MT e SP.
Nas investigações, foram identificados desvios, furtos e roubos de cargas registrados em 40 boletins de ocorrência com a movimentação de R$ mais de 6 milhões pelo grupo criminoso. Os trabalhos deram cumprimento a 31 mandados de prisões e de buscas cumpridos em cidades dos estados de São Paulo e Paraná, totalizando a apreensão de 12 carretas.
O delegado agradeceu o empenho de toda equipe que não vêm medindo esforços no trabalho de repressão as organizações criminosas. “O comprometimento dos policiais tem sido essencial para os resultados que a GCCO vem alcançando e através que através dessa dedicação chegaremos a índices ainda maiores no combate ao crime organizado”, disse Vitor Hugo.