PREJUÍZOS

Pandemia reflete no preço do papel e afeta setor gráfico

Uma saída para se manter no mercado que as empresas têm encontrado é o instrumento jurídico da Recuperação Judicial.

A pandemia de coronavírus atingiu o mundo inteiro. A propagação da Covid-19 tem cobrado um preço alto das economias e empresas dos mais diferentes setores ainda buscam se reestabelecer no mercado. Neste cenário pandêmico, a inflação alta na economia do Brasil, não atinge apenas os segmentos de alimentos e combustíveis.

Um exemplo disso é o preço elevado do papel no início deste ano. Aumento esse que acompanhou a tendência mundial devido à falta generalizada deste insumo, primordial para manutenção da indústria gráfica.

Tanto que uma das maiores fornecedoras de papéis para a indústria do Brasil, a Suzano, chegou a anunciar já para este ano um reajuste de 35% nos papéis, como offset e couché. Alta que será parcelada, mas vai chegar no bolso dos donos de gráficas, que já veem se arrastando financeiramente para manter as portas abertas.

É o caso da gráfica 4D Designer, que atua há 11 anos no mercado em Cuiabá no ramo de impressão offset e comunicação visual, produzindo livros, revistas, folders, panfletos, banners, outdoors, faixas, tabloides, caixas e demais serviços gráficos. A empresa possui mais de 30 colaboradores e nenhum foi demitido durante a pandemia.

“No ano de 2020, a expectativa era excelente e a esperança de crescimento acelerado, o que traria maior segurança para a empresa, todavia, em março de 2020, iniciou a pandemia e isso causou uma queda drástica na atividade, com o fechamento da empresa e cancelamento de diversos pedidos já contratados”, diz o advogado que representa a 4D Designer no processo de RJ, Antônio Frange Júnior.

RECUPERAÇÃO JUDICIAL COMO ALTERNATIVA – Após cinco meses de pandemia foi necessário requerer financiamento com instituições bancárias. No entanto, esses agentes financeiros já não possuíam mais recursos com juros acessíveis para microempresas. Com a nova onda da Covid-19, denominada “Ômicron”, a empresa viu no instrumento jurídico de Recuperação Judicial uma forma de manter-se no mercado.

“A recuperação judicial é uma saída para enfrentar esse momento de crise. Uma proteção do direito à atividade empreendedora, aceita mundialmente para amparar a atividade empresarial viável, permitindo legalmente que a empresa devedora, juntamente com seus credores, negocie uma forma de manter a fonte produtora de empregos, receitas e tributos”, finaliza Frange.

 

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