O governador Mauro Mendes foi vaiado em seu discurso no lançamento do Programa Solo Vivo, no sábado 24, onde teve distribuição de maquinários aos pequenos agricultores com a presença do presidente Lula.
Não foi a primeira vez que Mauro foi vaiado na presença de Lula. A primeira foi na entrega de apartamentos populares em Várzea Grande, onde o evento contava com a presença de muitos pescadores, que tem Mauro atravessado na guelra, por conta da lei de suspenção da pesca de todas as espécies nobres de peixes no estado. Naquela ocasião, se tratando de motivo alheio ao governo federal, o presidente defendeu o governador e pediu respeito ao seu convidado. Desta vez Lula ficou em silêncio, é que agora o motivo tem a ver com o governo federal.
Mauro foi vaiado ao dizer que o estado de Mato Grosso investirá nos pequenos produtores a quantia de 500 milhões de reais, resultado de financiamento com o Banco Mundial e com 5% do Fethab, imposto pago pelos grandes produtores do estado.
As vaias foram por um motivo, o silêncio do presidente por outro.
Assim como a imensa maioria dos grandes produtores são bolsonaristas, a imensa maioria dos pequenos produtores são lulistas.
Mauro falou que estava retirando dinheiro dos grandes para favorecer os pequenos, mas soou como “esfregar na cara” que os pequenos precisam do restolho financeiro dos que tem outra ideologia. Não pareceu ser essa a intenção, mas não se deve falar de corda em casa de enforcado.
Já o presidente Lula calou-se porque o investimento anunciado pelo governador Mauro Mendes é maior do que Lula fará pelo setor no estado em seu governo.
Não se apresenta carro zero na festa de quem comprou uma bicicleta.
Pode, muito bem, ser uma questão de medida e presença. A frequência do governador em festa de cada grupo e o tamanho do sorriso de Mauro em Sorriso e nos assentamentos.
Agora, veremos se a reação a vaia dos pequenos terá o mesmo efeito da vaia recebidas pelos grandes no primeiro mandato.