A investigação para apurar fraude no concurso público da prefeitura de Mirassol D’Oeste, realizado no ano passado por uma empresa sediada em Cuiabá, apurou que o operador do esquema criminoso tinha, meses antes da realização das provas, a lista com a classificação nominal e a definição por colocação nos cargos do certame público.
Segundo a Polícia Civil, as informações constam na análise realizada no aparelho celular de J.R.P., apontado como operador do esquema criminoso, que teve prisão decretada e está foragido. A lista encontrada no celular mostra os nomes dos candidatos ao concurso com a ordem de classificação dos cargos. Por exemplo, junto ao nome de um candidato ao cargo de Fiscal de Obras e Postura constava uma observação: ‘não precisa ser primeiro’.
Outra candidata ao cargo de enfermeira estava com uma observação ‘sexto’, enquanto outra, para enfermeira em PSF havia o lembrete ‘primeiro’. Junto aos nomes de outros três candidatos ‘aprovados’ para o cargo de odontólogo constavam as observações de ‘primeiro, segundo e terceiro’.
O esquema foi investigado na operação Ápate, deflagrada pela Polícia Civil, que cumpriu 84 mandados judiciais expedidos pela Justiça, entre prisões, buscas, bloqueio de bens e suspensões de atividades econômicas e de cargo.