OPERAÇÃO DISCLOSURE

Operação da PF investiga ex-diretores da Americanas por fraude de R$ 25,3 bilhões

Ex-diretores, foragidos no exterior, segudo a PF, são suspeitos de fraudes em antecipação a fornecedores e contratos de propaganda cooperada contabilizados sem existirem; nomes foram incluidos na lista da Interpol

A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação nesta quinta-feira (27) contra ex-diretores da Lojas Americanas, suspeitos de envolvimento em fraudes contábeis que resultaram em um rombo de R$ 25,3 bilhões, de acordo com informações divulgadas pela própria empresa. Estão sendo cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão nas residências dos ex-executivos no Rio de Janeiro. A investigação, que recebeu o nome de Operação Disclosure – o nome vem de “revelação” – conta com o apoio técnico da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e envolve a participação de 80 agentes da PF. Os dois principais investigados no âmbito da operação, ex-CEOs do grupo Americanas-B2W e alvos de mandados de prisão preventiva, encontram-se foragidos no exterior. Ambos já foram incluídos na lista de Difusão Vermelha da Interpol pelo Núcleo de Cooperação Internacional, segundo a PF. O objetivo é esclarecer a participação dos ex-diretores no suposto esquema que causou o desfalque bilionário, que, segundo relatório preliminar divulgado no ano passado, pode ter tido origem em contratos de bonificação com lançamentos artificiais. Além das prisões e buscas, a Justiça Federal determinou o sequestro de bens e valores dos ex-diretores, totalizando mais de meio bilhão de reais.

A PF informou que os ex-diretores são suspeitos de praticar fraudes contábeis relacionadas a operações de risco sacado, que consistem em antecipar pagamentos a fornecedores por meio de empréstimos bancários. Além disso, foram identificadas fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que eram contabilizadas mesmo sem existirem, de acordo com as investigações em andamento. Os suspeitos estão sendo investigados por crimes como manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, podem cumprir pena de até 26 anos de reclusão. A diretoria atual das Americanas está colaborando com as investigações, segundo a PF.

A Lojas Americanas se posicionou por meio de nota a imprensa: A Americanas reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes. A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.

 

Fonte: Jovem Pan

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