LEIS MAIS DURAS

Objetivo do discurso e o discurso do objetivo

É inegável o avanço no país do crime organizado praticado por facções criminosas.

Desde a fundação em 1940, quando presos políticos mandados à Colônia Penal de Dois Rios, na Ilha Grande, Rio de Janeiro, foram misturados aos criminosos comuns os passos dados na direção do que está estabelecido hoje foram largos, mas se aceleraram quando se decidiu abandonar roubo a bancos, primeira fonte de renda dos faccionados, para o tráfico de drogas.

À medida que o consumismo foi dominando o objetivo de vida em nossa sociedade e as chances de se alcançar por meios lícitos foram diminuindo na mesma proporção, com a substituição do “sou temente a Deus” por “eu acredito” e se resumindo tudo para “Deus é amor e depois Ele perdoa” os filtros foram diminuindo e mudando.

As linhas da moralidade ficaram opacas para todas as classes. A imagem de “Salvador da pátria” só é possível onde o cidadão exige uma honestidade dos seus representantes políticos que ele não possui.

Curiosamente o grupo que grita com maior volume sobre a frouxidão das leis, é o mesmo grupo a quem cabe formular as leis.

A solução é cadeia!

Mas foi justamente na cadeia que o modelo de fação que temos nasceu e prosperou. E se a prisão não tira bandido de circulação, só muda o escritório, pedir por leis mais duras, somente, muda em que?

Note que esse pedido de leis mais duras é antigo e nunca objetivo, ou seja, quais leis temos que endurecer e porquê.

O governador Mauro Mendes está entre os que batem nessa tecla, mesmo enquanto dorme.

Mas, baseado em sua dificuldade e combater o crime organizado, nunca fez uma proposta concreta sobre quais mudanças temos que adotar para que o Estado consiga proteger seus cidadãos e se juntou aos que fazem a mesma reclamação genérica.

Precisamos de leis mais duras!

Tá, quais?

Isso, ou vamos todos para o Portão do Inferno ver quem grita mais alto e faz mais eco, independente da bobagem que gritamos.

 

Foto:FREEPICK

Compartilhe:

Destaques