Outro dia disse aqui que o primeiro gol da Copa América tinha sido feito extracampo, antes do início da competição, por Emanuel Pinheiro, ao conseguir do presidente Jair Bolsonaro e do ministério da saúde o envio de lote extra de vacinas contra a covid-19, em compensação a realização da Copa América em solo cuiabano, competição essa que o prefeito cuiabano se posicionou contra, por entender que o momento sanitário que vivemos não se adequa.
O governador Mauro Mendes disse sim ao pedido presidencial e a Arena Pantanal está recebendo os jogos internacionais da referida competição.
Eis que agora o ministro da saúde Marcelo Queiroga disse que de maneira alguma o governo federal destinará vacinas extras para Cuiabá por conta da realização da Copa América.
E assim o antes prefeito artilheiro virou a “Geni” do palácio Paiaguás. Na mídia cuiabana, toda hora, aparece um secretário do Mauro Mendes atirando no alcaide. Ouvi dizer que quem conseguir separar as sobrancelhas na pedrada ganha um doce.
Lembro que ele (Queiroga) ao emitir tal declaração (de que o governo federal não enviará vacinas extras a Cuiabá) estava na verdade respondendo a um pergunta a ele dirigida na chamada CPI da Covid, no senado federal. E de fato se dissesse sim, teria chancelado um favorecimento a capital mato-grossense em detrimento a outras capitais que também recebem jogos da Copa América, sem esquecer outras competições futebolísticas que estão sendo realizadas como, por exemplo, o Campeonato Brasileiro.
Mas aqui vai uma interpretação do ocorrido.
Durante uma animada conversa entre o presidente e o prefeito, intermediada pelo deputado federal Emanuelzinho, filho de Emanuel Pinheiro, o presidente pensou: ”Onde vou desovar as vacinas da Janssem em 15 dias sem ter um filho da mãe para fazer corpo mole e dizer que eu sou culpado? Pazuello e sua logística não estão mais disponíveis, espera o que é mesmo que este prefeito está pedindo”?
Sem consultar ninguém sobre a maneira correta de executar tal intento, como de costume, o presidente fechou a questão e mandou a conta para o ministério da saúde.
Aí Queiroga, dentro do personagem que lhe cabe no ministério incorporou o Que Roga, pedindo aos céus uma saída para cumprir ordens palacianas e se adequar legalmente, perguntou: ”Alguém sabe, por acaso, o que tem em Cuiabá e não tem em outras capitais além do calor?” Um arriscou troca do BRT por VLT e a destroca de VLT por BRT, outro se referiu ao “bolachaXbiscoito” entre prefeito e governador mais quente do país, até que lembraram da fronteira seca do estado com a Bolívia, aquela que o governo federal nunca assumiu total responsabilidade. Pronto! As vacinas virão agora por este motivo. Mato Grosso do Sul está nos devendo essa, também serão incluídos.
Resumo: As vacinas extras virão por outro motivo, mas virão. O prefeito vai ter que matar essa no peito e comemorar o gol que não será creditado a ele.