Apartheid

O Judiciário pode requisitar Marte

O judiciário brasileiro fez, próximo do ano 2.000 um movimento para se aproximar da sociedade, quando juízes e promotores se comportavam como animais raros e quase nunca eram vistos em situações normais do cotidiano, buscando distanciamento para melhor exercer a imparcialidade necessária em seus julgamentos.

Em paralelo acontecia uma renovação, com juízes cada vez mais novos e oriundos de classes menos abastadas e até da pobreza com o acesso às universidades facilitado pelo governo federal.

Seria compreensível, e alguns esperaram, que as dificuldades enfrentadas em lares simplórios e a batalha da jornada dupla para a formação, fosse determinante para a construção de um judiciário mais próximo do povo.

O elitismo venceu.

Totalmente avesso a críticas, o judiciário encontrou a forma de acalmar o vozerio, cada vez maior no país, em torno do recebem seus membros, entre auxilios, vale peru etc., que ultrapassam, frequentemente, a casa de 1 milhão de reais em um recebimento.

Por encomenda, a Câmara dos deputados aprovou e segue para sanção do presidente Lula projeto que proíbe a divulgação dos salários dos integrantes do judiciário.

“Jaboti” é o nome dado para cláusula inserida em outro projeto com objeto totalmente diferente, que ao ser aprovado, aprova-se aquilo que não tiveram coragem de fazer em votação aberta, em projeto específico. Por mais que justifiquem a artimanha, não se tem notícia de que essas votações são revistas ou aquele trecho (jaboti) seja revogado em nova votação, ainda mais agora que o assunto de maior relevância é a camiseta vermelha da Seleção Brasileira de futebol.

Por aqui, o Tribunal de Justiça baixou norma para regular a vestimenta e calçado de quem visite ou frequente as instalações do palácio da Justiça, construído por quem nunca pôs uma gravata e anda de chinelo pois lhe falta recursos para comprar sapatos.

Não estamos falando do tribunal do júri ou dos servidores que já possuem uniformes e regras internas, a norma vale para todos a partir da portaria.

O povo não pode se vestir como povo para frequentar um prédio público, que como povo sustenta com seus impostos. Não seria mais fácil os juízes se vestirem nas dependências do TJ como povo que são, apesar de não parecerem concordar com isso?

Mas como o mundo que vivem é outro, vale alertar que em Marte não tem pagadores de impostos.

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