Nosso prefeito não desceu do palanque, não porque precisa contrapor qualquer adversário. Não desceu porque é o único lugar que domina.
A população começa a fazer coro para que ele governe, como se ele soubesse.
Por isso a busca desesperada por um inimigo, um opositor, alguém que lhe contraponha para se iniciar uma infindável luta ideológica, preenchendo o dia a dia do pagador de impostos, que sem perceber, não elegeu um prefeito, elegeu um contra sistema que representa o sistema.
A fábrica de verdades do prefeito não dorme. Acusações sem provas impulsionadas por devotos se replicam, enquanto o tempo passa e Cuiabá vai ficando para trás.
A guerra aberta contra a educação, voltou em novo ataque. Em que pese ter perdido a primeira batalha, deixou que os respingos da acusação a UFMT secassem para que não sejam percebidos pelo olfato.
Fabricando verdades, Abilio, sem citar uma referência, sem apresentar dados, afirma que o ensino público “doutrina” alunos em Paulo Freire, Marx e Lenin e que por isso, quem não estuda na rede particular de ensino não entra em Universidade Pública.
Ele, que fez faculdade particular, entre a má intenção e a desinformação não cita, e se acaso seu secretário de educação confirmar será demitido, que 72,6% dos estudantes de ensino superior, incluindo as Universidades Federais, estudaram em escolas públicas.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatista (IBGE), referentes ao ano de 2024. Em 2016 eram de 67,8%.
Desde a implantação do sistema de cotas, em 2012, isso foi ultrapassado.
O início dos ataques ao ensino público feito pelo prefeito, que atingiram um dos poucos auxílios financeiros que ele pode ter, que é o governo do estado, eram, incialmente para justificar a implantação de Parceria Público Privada (PPP) no ensino municipal, que não toca no conteúdo pedagógico e, portanto, não haverá o anunciado exorcismo de Paulo Freire e companhia, mas o que importa é mais um contrato com a assinatura do prefeito.
Todos os contratos que não tem a assinatura de Abilio tem algum defeito, mesmo que seja para rescindir e recontratar as mesmas empresas, com valor maior, como a Comunicação por exemplo. Esse contrato em particular, foi colocado sob suspeita pelo vereador Rafael Ranalli, do mesmo partido do prefeito (PL), na Jovem Pan Cuiabá, hoje, “Se tiver coisa estranha não é na CPI (CS Mobi), é nesse contrato”.
Com o último decreto editado, que proíbe secretários falarem oficialmente pela prefeitura, a improvisada peça teatral, que é a admiração municipal, virou monólogo.