OPINIÃO COM PAULO SÁ

O Certo De Cada Um

Que o relacionamento entre executivo e legislativo de Mato Grosso não passa por calmaria já não é coisa dita entre sussurros de bastidores e sim falada sem cerimonia na presença de qualquer.
Em entrevista a rádio Jovem Pan, no programa Jornal da Manhã Edição Cuiabá, o governador Mauro Mendes foi generoso no combustível lançado sobre a fogueira que arde esses dois poderes.
O governador encheu de adjetivos não desejados os últimos atos aprovados em plenário da Assembleia Legislativa. “eles agem malucamente”, “Os nossos deputados, em alguns momentos, não sei o que passa na cabeça deles, agem como se não existisse amanhã, como se pudessem fazer o que bem quer. É um samba do crioulo doido”, “Isso que a assembleia fez é um ato Ilegal”, “Eu peço aos senhores deputados, muitos meus amigos: vamos voltar à racionalidade. Vamos agir com bom senso, vamos agir dentro da legalidade e respeitar o cidadão mato-grossense e o dinheiro do contribuinte”, enfim, que a derrubada de vetos, coisa que se tornou constante, foi para ganhar uns poucos votos e os deputados jogaram para a galera e mentiram para a população.
Disse também, que o comportamento, dele, diante de alguns vetos, que antes era de não recorrer, agora já pensa em medida ao contrário.
Rapidamente as palavras chegaram ao endereço . Algumas reações acanhadas em off e posicionamento apaziguador do presidente Max Russi. Pareceu que foram pegos de surpresa com levantar de punhos do governador. Menos a deputada Janaina Riva, que mesmo de licença se dirigiu até a assembleia, para se expressar perante a mídia presente a sessão, “a Assembleia que ouvia o governador falando que ela é maluca e faz tudo por voto acabou. Vamos pressionar o presidente para ele definir se vai lutar pelo Parlamento ou para defender o governo”.
Voltando ao título, longe de querer definir o lado em que está a razão no embate que cresce, pergunto?
– A assembleia Legislativa, a representação popular, a voz do povo tem seu principal papel fazer valer a vontade popular, atender os reclames dentro das necessidades apresentadas pelos eleitores ou não?
Alguém pode perguntar: – Mas, assim, sem filtro?
– Entre outros, não seria esse o papel do executivo e judiciário, permitir só o aplicável dentro da legalidade?
Se as respostas forem sim, cada um já está fazendo o seu “certo” dentro do que lhe cabe e maracugina pode estar sendo desperdiçada.
Agora, quem gosta de “burro de confusão”, não desligue o rádio, parece que novo round foi marcado. Pan Pan Pannnn.

Paulo Sá, jornalista e analista político