Ser brasileiro traz alguns privilégios que faz a chama patriota ficar muito longe de ser uma labareda.
Amamos ao nosso jeito. Valorizamos mais o meu que o nosso, o bem pessoal que o comum, tanto que o triunfo financeiro individual é creditado a família e não ao país. Mas amamos.
Nossas grandes conquistas aforam amealhadas na base da conversa, sem guerras.
As comemorações pela independência de Portugal, de onde éramos colônia, foram perdendo o vigor, pelo desconhecimento e/ou descobertas a respeito de nossos heróis.
Morrer pelo Brasil, como diz nosso hino, e algo em um passado distante, longe de possibilidade real.
Mas como não existem espaços vazios, nos últimos anos, a comemoração da data se transformou completamente.
Se, dos que foram ver os desfiles de 7 de setembro, retirarmos os parentes de quem desfilou e estavam lá para prestigiar um membro familiar e os que foram fazer discurso político partidário, aproveitando o simbolismo da data para vender ditaduras e opressão, restam uns gatos pingados que tem costume de levantar cedo aos domingos.
7 de setembro virou uma festa de interesses de grupos políticos e seus seguidores apaixonados, prontos a entrar em luta corporal com um irmão para defender pautas que não lhe pertencem, ávidos por ouvir uma bobagem nova que lhe permita ser o primeiro a postar nas redes sociais um novo jargão, uma nova frase de efeito, que não traz benefício nenhum a ele e nem ao país, que ele pensa estar provando que ama, optando por uma cor de camiseta.
Talvez, necessite de que a nossa independência da ignorância seja declarada.
Vai uma dica: essa independência é auto declaratória, não precisa de cor nem de assinatura, mas se não colocada em prática é nula.
Até lá, não perturbem o gigante adormecido chamado Brasil. O sono é preferível ao pesadelo proporcionado pela lavanderia de mentes que virou a política nacional.