Ditados com o mesmo sentido, talvez, deem uma dimensão mais apropriada ao que quero dizer aqui.
Tirar o gato da rua é fácil, tirar a rua do gato não tão simples.
Para tirar um homem da pobreza basta dinheiro, mas para tirar a pobreza do homem, dinheiro nenhum consegue.
Estamos progredindo, há quanto tempo não ouvimos falar das “carteiradas”? “Sabe com quem está falando?” já não se ouve a miúdo, e quando se ouve vira notícia e o soberbo é exposto. Através da educação nossa sociedade vai se misturando aos poucos. Juízes, promotores, advogados, de origens humildes, às vezes até por revanchismo, por discriminação sofrida no início de suas carreiras, fazem cumprir a letra fria da lei também aos grandes.
Até as blitz de transito saíram da periferia e vieram, também, para o centro da cidade.
A realeza do Brasil Colonial vai aos poucos se desfazendo. A distância ainda é longa concordo, mas, olhando para o século passado, não podemos negar mudanças comportamentais importantes.
Crimes de menor impacto também deixaram os limites dos muros das mansões ou elevadores e apartamentos em prédio caríssimos e foram parar na delegacia e sequentemente na mídia.
E de repente expoentes de nossa sociedade se revelam agressores.
Em um passado recente o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, secção de Mato Grosso, chegou a ser preso e afastado da presidência do órgão por agressão a esposa.
Por estes dias chegou a noticia que o atual vice-governador chegou a ser detido e pagou fiança para ser liberado, por agressão a esposa. O fato se deu em Santa Catarina, no início de julho.
A esposa em rede social declarou serem inverídicas as informações de que houve agressão por parte do vice-governador. Só não explicou o porquê ter chamado a policia.
Ao escrivão a equipe policial que atendeu ao chamado fez relato bem diferente.
Volto ao início do texto para dizer que sucesso e perfeição são coisas diferentes, e um predicado não é condição para outro. Disso todos sabem, falta aplicar, com a punição prevista, em casos como os citados, até porque não se tem registro dos envolvidos se dizendo perfeitos.
Paulo Sá, jornalista e analista político