Na visita que fez a Câmara de Cuiabá nesta terça feira, em busca de um orçamento mais real, com suspeita de uma “pedalada” de Emanuel para encobrir um rombo com uma receita que não acontecerá, Abilio Brunini, ao responder questionamentos dos repórteres, parecia que quem falava era Lúdio Cabral.
Em suas primeiras entrevistas, na segunda feira, Abilio já indicava uma mudança de postura ao dizer que buraco na rua não tem ideologia, que os problemas vividos pela cidade alcançam a todos indistintamente. Justamente o discurso que fez Lúdio durante a campanha.
Sobre varrer a corrupção da prefeitura, frase batida ao cansaço na campanha, Abilio disse que não fará “caça às bruxas”, focando no presente e futuro da cidade, que acaso sua equipe encontrar algo que mereça atenção dos órgãos competentes será encaminhado. Não há diferença dos discursos feitos por outros prefeitos recém eleitos, nem de Emanuel Pinheiro.
Como ensina Maquiavel em O Príncipe, “Feliz é o príncipe que ajusta seu modo de proceder aos tempos, e é infeliz aquele cujo proceder não se ajusta aos tempos”.
E assim, Abilio vai deixando de lado sua face de legislador (fiscalizador ferrenho) para dar forma a sua face de executivo (o bem feitor pai de todos).
Está indo bem.
Na Câmara, funciona da mesma forma e adversários de ontem serão os aliados de primeira hora partir de janeiro, pois a “lojinha” está sempre aberta.
A oposição será pequena e alguns vereadores reeleitos, por conta da escaramuça eleitoral, sabem que uma aproximação rápida não ocorrerá.
Não faltará na Câmara, um Cabral para indicar por onde a oposição ao Abilio “devair”.
E assim, os papéis vão se invertendo, o único que não muda é do eleitor.