ROUBO NA SEAF

Nem tudo será revelado, porque nem tudo será investigado

As revelações de como eram organizadas, a quem pertenciam, como funcionavam e os valores de saques de dinheiro, em espécie, na boca do caixa realizados pelas empresas que, segundo denúncia, usaram de fraudes no recebimento de 28 milhões de reais, provenientes de emendas parlamentares, nos convênios com a Secretaria de Agricultura Familiar (SEAF), do governo estadual, trazem dúvidas se todos os envolvidos serão atingidos pelas investigações.

A dúvida não está sobre os proprietários das empresas e os funcionários da secretaria.

Ao Luiz Artur de Oliveira Ribeiro, o Luluca, resta provar que, como ele disse, foi um erro da CGE ou que nada sabia e nada fez para colaborar com os desvios, defendendo além de si, o patrimônio moral vindo de seu tio falecido, ex-governador Dante de Oliveira.

Todo esse dinheiro desviado, não teve retorno de nem uma parcela para os autores das emendas?

Sem poder de levar para alçada federal, ao governo do estado interessa esclarecer o que ocorreu dentro da sua secretaria e só.

Entre os 38 países integrantes da Organização e Cooperação pra Desenvolvimento Econômico (OCDE), mais da metade, 53% dos parlamentos, não podem promover emendas ao orçamento.

No Chile só é possível emendas para reduzir o valor a ser gasto. Nos países que as emendas são admitidas, na imensa maioria, elas não são impositivas, ou seja, o estado não tem a obrigação de liberação e o valor não ultrapassa, em nem um caso, 1% das despesas não obrigatórias.

No Brasil, por hora, estamos em 24% do valor que sobra para investimentos, na mão do Congresso Nacional, através das emendas.

É por casos como este da SEAF, sem a chegada de autoridades federais no processo de investigação, que lambaris são pescados e o jogo continua sendo jogado por tubarões de bocarra escancarada, nadando em um mar de dinheiro (nosso) e impunidade.

 

 

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