EM DEFESA

Moro defende Bolsonaro no caso das joias sauditas e compara com caso de Lula: ‘Notável diferença’

Atual presidente pôde ficar com um relógio de luxo recebido em 2005, durante seu primeiro mandato;

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) criticou o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Polícia Federal no inquérito sobre o desvio de joias do acervo presidencial. Em suas redes sociais, Moro comparou o tratamento dado ao caso de Bolsonaro com o de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a Operação Lava-Jato. O senador destacou uma “notável diferença” no tratamento das duas situações. “Lula não foi indiciado por peculato por se apropriar de presentes que recebeu na Presidência. Mesmo durante a Lava-Jato, tudo foi tratado como uma infração administrativa dada a ambiguidade da lei. Os crimes foram outros”, afirmou o senador.

A Polícia Federal indiciou Bolsonaro, seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid, e mais dez pessoas no inquérito que investiga o desvio de joias recebidas por Bolsonaro de autoridades estrangeiras entre 2019 e 2021. Os crimes atribuídos aos envolvidos incluem peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A Procuradoria-Geral da República decidirá se oferecerá denúncia ou arquivará o caso. A defesa de Bolsonaro argumenta que ele agiu dentro da lei, declarando oficialmente os bens recebidos como personalíssimos e que deveriam compor seu acervo privado. No entanto, a PF afirma ter reunido provas de que alguns desses presentes foram retirados do Brasil e vendidos nos Estados Unidos. As joias, incluindo relógios e outros itens de luxo, foram presentes de autoridades da Arábia Saudita e do Bahrein.

O Tribunal de Contas da União (TCU) adotou entendimentos diferentes sobre presentes recebidos por presidentes. No caso de Bolsonaro, o TCU determinou a devolução das joias, enquanto Lula pôde ficar com um relógio de luxo recebido em 2005, durante seu primeiro mandato. A crítica de Moro gerou reações. Aliados de Lula afirmaram que a proibição de ex-presidentes ficarem com itens considerados personalíssimos só passou a valer a partir de 2016. Eles também destacaram que, ao contrário de Bolsonaro, Lula não vendeu nem tentou vender os itens que recebeu.

Fonte: Jovem Pan

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