Nesta quarta-feira (19), durante um debate na Câmara dos Deputados, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, compareceu à Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural a pedido do presidente do colegiado, deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), e outros cinco parlamentares. Fávaro voltou a falar bem sobre a importação de arroz depois das fortes chuvas e enchentes que assombraram o estado do Rio Grande do Sul. A medida ainda é posta em dúvida por parlamentares. O estado do Sul corresponde a mais da meetade da produção nacional do produto, sendo o equivalmente a 70%. Depois das chuvas que provocaram estragos na região, os estoques locais e até mesmo a logística para distribuição foram afetadas e com isso, o governo federal acabou por facilitar a importação do arroz. “Ao tentarmos comprar 100 mil toneladas diante das dificuldades de logística do Rio Grande do Sul, o valor dava para apenas 70 mil toneladas. Se não foi ataque especulativo, o que foi? O que o governo deveria fazer”, questionou Carlos Fávaro.“Não se trata de afrontar os produtores. O preço do arroz subiu 30%, 40% diante da tragédia. É preciso ter um estoque necessário para situações de dificuldade, para vender em momentos de especulação”, afirmou o ministro da Agricultura.
Ainda defedendo a importação do produto, o ministro relembrou que no ano de 2020, mesmo com a alta do arroz no país, o antigo governo Bolsonaro baixou as tarifas de importação, sendo assim, 400 mil toneladas ingressaram no País e o resultado foi os preços baixos. O governo Lula, que além de baixar as tarifdas, também anunciou a importação de até 1 milhão de toneladas. Na última semana, cancelaram a compra de 263,3 mil toneladas com a justificativa de que as quatro empresas vencedoras não haviam comprovado a capacidade técnica. Um novo leilão ocorrerá, mas agora com outras regras. Na última terça-feira (18), a Comissão de Agricultura aprovou o envio de representação ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ligado ao Ministério da Justiça, solicitando a investigação de suspeitas de cartel naquele leilão cancelado.
Um dos deputados que participaram e até sugeriram o debate foi Marcos Pollon (PL-MS), que censurou as declarações de Carlos Fávaro. “Esse 1 milhão de toneladas deverá desestimular o produtor do Rio Grande do Sul no momento em que está mais fragilizado”, disse.
O deputado Afonso Hamm (PP-RS), que também solicitou a audiência pública, pediu por mais apoio aos produtores do Rio Grande do Sul. “Ministro, nos ajude, suspenda esses leilões e retome o trabalho de recuperação do agro”, afirmou. “O aumento no preço ao produtor de arroz foi de 11% a 15%, não foi de 30%”, disse Afonso Hamm. “Se alguém bota margem alta lá no supermercado, se está especulando com os preços, isso é outra coisa, precisa fiscalização”, completou.
Fonte: Jovem Pan