Eis que a Câmara Municipal de Cuiabá exibe mais um episódio triste que a remete ao famigerado apelido de Casa dos Horrores.
As sessões estão sendo realizadas de maneira remota em virtude da pandemia e o fato pode ter colaborado para o bate-boca protagonizado pelo vereador Dilemário Alencar e o presidente da casa Juca do Guaraná. Sabemos que a distancia física entre opositores faz com que a aspereza das palavras e a coragem dos envolvidos fiquem bem maiores que quando ditas cara a cara.
Já adianto que a discussão carregada de testosterona não era pra defender um milímetro de interesse social. Não se tratava de aprovação de projeto de interesse público ou se justificava na defesa da representatividade de votos que cada um dos parlamentares recebeu do povo cuiabano.
O tema que remeteu o parlamento cuiabano ao nível rasteiro apresentado foi defesa e ataque a tentativa do prefeito em conseguir mais vacinas contra a Covid-19 para o município.
Pois bem, os termos utilizados de suas tribunas pelos dois vereadores em questão foram os seguintes: “você está velha, caindo os dentes”, “ditador”, “fantoche do prefeito Emanuel Pinheiro”, “vereador melancia”, “ Mocinha de recados do governador Mauro Mendes”, “Medíocre”, entre outros.
A última palavra me chamou atenção. Medíocre quer dizer: de qualidade média, modesto que não consegue ultrapassar ou mesmo atingir a média.
Fiquei refletindo sobre a qualidade técnica atual de nosso parlamento e nos pronunciamentos lá proferidos através das legislaturas, e tentei classificar o bate-boca dos dois vereadores citados, na média do que estamos acostumados a ouvir, em se tratando de Câmara de Cuiabá. Acho a conclusão fácil: O espetáculo está aquém do significado da palavra “medíocre”. Trazendo para o popular; para ficar ruim precisa melhorar bastante.
Ainda bem que é uma casa de leis, se fosse música seria um funk proibidão.
Paulo Sá, jornalista e comentarista político