A DERRAPADA

Mauro Mendes  põe agro de cabelo em pé

Ao fazer um governo que em vários aspectos pode ser considerado um divisor de águas para o estado de Mato Grosso (positivamente), acostumado a embates, corajoso em suas decisões e dono de um pragmatismo forte, Mauro Mendes se distraiu, em sua batalha por melhorar índices, derrapou no próprio sucesso e pôs duas rodas do carro de sua eleição vindoura, no precipício do cancelamento.

O erro bobo foi pedir ao STF aumento de penas para ricos.

O governo pediu para que o estado de Mato Grosso possa desapropriar terras de quem fizer desmate e queimada ilegais.

Reação imediata. A começar por quem pode disputar o senado, assim como ele, a deputada Janaina Riva (MDB), que em vídeo no Instagram, com áudio acelerado para diminuir o tempo, não só detonou o pedido ao STF, como usou a tática Nikolas PIX, insinuando que isso é só o começo e que ninguém sabe onde isso vai parar.

O agro se arrepiou. E logo agora que começa a se formar a fila do beija-mão e CPF e outra para a frigideira que ainda não foi levada ao fogo. Para Mauro o problema está na segunda fila.

A noticia é recente e ainda é aguardada a reação da bancada ruralista na Assembleia Legislativa. Janaina Riva, que ainda tem as marcas do trator de Mauro nas costas na luta pela Mesa Diretora, puxou a fila com satisfação.

Ao sentir que saiu da pista do agro, Mauro engatou uma ré, recuou para tomar impulso e voltar pra o trecho.

Se precisar de ajuda para desatolar é ruim, se precisar de guincho muito pior.

O governador, também pelas mídias sociais, postou vídeo onde chama de sensacionalistas e mentirosas as notícias e explica diferença entre desmatamento irregular e ilegal, fala sobre queimadas e o CAR.

Tal qual um alpinista experiente que se machuca com gravidade ao cair de uma escada de um metro e meio, Mauro esquecer que o  Brasil aceita aumento de penas, de impostos, taxas para os “mais pobres” desde que seja feito em nome “dos mais pobres”, e que para a outra ponta, os mais ricos, só se aceita benesses concedidas por que irão beneficiar os “mais pobres”, é perdoável.

Mas, na hora mais quente do namoro, sussurrar no ouvido do agro, “suas terras” e “STF”?

Tá querendo a separação.

 

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