A conversão de Mauro Mendes a direita incluiu mais que negar a esquerda e refutar o PT. Mauro teve que abandonar sua coerência.
Muito possivelmente não precisaria chegar a tal, se não tivesse pedido permissão a maior corte do país para tomar a terra de quem faz desmate e queimadas ilegais.
O agro murchou as orelhas e arrepiou o lombo, demonstrando que o coice seria certeiro. Isso no momento em que Mauro via sua vaga para senador arreada lhe aguardando em 2026.
Além de retirar o pedido do STF, as desculpas ao agro incluíram uma mancha de batom na cueca.
O comparecimento nos dois eventos pró anistia, com grito de “Deus, pátria e liberdade” com o braço estendido e agitado no ar, com ares de “perdão, eu juro, tmj”, foi o preço pela malcriação da expropriação de terras.
Em seu retorno à Cuiabá, a justificativa de que as penas são muito severas e o comparativo com condenações de assassinos.
Se o evento fosse para pedir penas mais leves, estaria perfeito. Não foi. A manifestação foi feita pela anistia, perdão dos crimes cometidos pelos que estão presos, mas principalmente para quem ainda está em liberdade.
Pra quem grita a plenos pulmões, por anos ininterruptos, que o grande problema do país, no enfrentamento a bandidagem, são as leis frouxas, não faz sentido ir as ruas para pedir que infratores fiquem livres da justiça, criando uma nova categoria de infrator, o “Marginal de Bem”.
É importante frisar que a pauta não era diminuição de penas, era a extinção de qualquer punição para todos os envolvidos e denunciados em 8/1.
E para mostrar que agora é “sangue do mesmo sangue”, que a conversa de “nem de direita, nem de esquerda” é coisa do passado, fez mais uma afago no cinturão do agro mato-grossense: anunciou que, atendendo seu convite, 5 governadores, Tarcísio Freitas (SP), Jorginho Mello (SC), Romeu Zema (MG), Ronaldo Caiado (GO) e Wilson Lima (AM), além do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro e do deputado federal Nikolas Ferreira, que já haviam confirmado presença, estarão na Feira Agropecuária Norte Show de 14 a 17 de abril em Sinop/MT.
E assim funciona a política no agro, toneladas de milho são commodities, já 3 grãos sob os joelhos…
