MENOR INFRATOR

Mãe afita denuncia “maus tratos” ao filho dentro de Policlínica do Planalto; VEJA VÍDEOS

Darlene Antunes, de 40 anos, procurou o EstadãoMT na noite desta terça-feira (9), para fazer uma denúncia de “maus tratos” e negligências contra o seu filho, um adolescente de 16 anos que começou a apresentar convulsões após ser transferido da delegacia de Primavera do Leste (193 km de Cuiabá) para o complexo Sócio Educativo Pomeri, no bairro Novo Mato Grosso, na Capital. Ela acusa a Policlínica do bairro Planalto de não ter estrutura para cuidar do jovem.

Segundo informações da família, apuradas pela reportagem, o menor teria cometido um ato infracional há cerca de uma semana na cidade de Primavera do Leste. Ele praticou um assalto contra uma padaria utilizando uma faca, na ocasião legvou R$100.

Após o crime ele foi detido e encaminhado a uma delegacia onde ficou até a última terça-feira (3) quando foi transferido, segundo Darlene, sem ser comunicada, ao Pomeri.

“O erro começou aí. Cheguei para levar almoço para o meu filho quando descobri que ele tinha sido transferido aqui pra Cuiabá, sem eu ter assinado nada. Eu larguei tudo lá e vim pra cá sem dinheiro e sem ter onde ficar”, revelou a mulher.

Na última quinta-feira (4) o menino precisou ser transferido às pressas para uma unidade de saúde após apresentar quadros de convulsão no sócio educativo. Na noite de ontem, para desespero dos familiares, o adolescente retornou a Policlínica após sofrer outra convulsão e ficar inconsciente.

A família afirma que o menor nunca teria convulsionado anteriormente e acusa o hospital de maus tratos.

“Meu filho nunca teve convulsão. Ele está amarrado e algemado nos pés e nas mãos. A Policlínica não tem um termômetro para medir a febre dele. Ele está usado fraldão, eu estou desesperada. Ele reclama de sede e de fome e eles não dão banho no meu filho, passam apenas um paninho”, desabafou Darlene.

Apesar da indignação da mãe, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei nº 8069/90) não faz qualquer menção quanto ao uso de algemas em adolescente infrator.

Em vídeo a mãe gravou momentos de aflição passados pela família mostrando o jovem em momentos inconscientes e também delirando. Nas gravações é possível notar que a fala do jovem está comprometida.

A denunciante também acusou a Policlínica de não terem um aparelho para a realização de uma tomografia para investigar as causas das convulsões.

“Eles disseram que meu filho fez exame de tomografia, mas até agora não tive acesso a esses exames. E queria que meu filho fosse transferido para outro hospital, aqui ele não está sendo bem cuidado”, lamentou a mãe.

Em nota a secretaria de saúde se manifestou.

Veja na íntegra:

Em relação ao paciente internado na Policlínica do Planalto, a Secretaria Municipal de Saúde informa:
-As denúncias de que o menor estaria sem atendimento na unidade de saúde são infundadas.
-Ele está internado no Box de Emergência, recebendo todos os cuidados necessários da equipe da Policlínica.
-O paciente inclusive fez uma tomografia e está aguardando o laudo para ser regulado.

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