A Polícia Federal, nesta quarta-feira (12), prendeu novamente Andreson de Oliveira Gonçalves, que é o lobista apontado como intermediário na venda de decisões judiciais em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O empresário foi preso em sua residência, em Primavera do Leste, onde já cumpria prisão domiciliar. Ele está sendo encaminhado para a sede da Polícia Federal em Cuiabá.
A nova ordem de prisão foi expedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após investigações apontarem que Andreson continuava envolvido em práticas criminosas, mesmo sob monitoramento judicial, incluindo lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Após ser detido, ele será transferido para a sede da Polícia Federal em Cuiabá, onde passará por novos interrogatórios.
De acordo com os investigadores, Andreson atuava como lobista junto ao Judiciário, sendo o elo entre magistrados e advogados suspeitos de participar de um esquema de corrupção e venda de sentenças. Ele teria sido o responsável por aproximar os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho do advogado Roberto Zampieri, assassinado a tiros em 2023.
Mensagens encontradas no celular de Zampieri serviram como prova-chave para o afastamento dos dois desembargadores e outros investigados.
O lobista também foi alvo da Operação Última Ratio, deflagrada em outubro de 2024, que levou ao afastamento de cinco desembargadores de Mato Grosso do Sul por suspeitas de corrupção e tráfico de influência.
Andreson havia sido preso originalmente em novembro de 2024, mas obteve prisão domiciliar em julho de 2025, após alegar problemas de saúde graves. Na época, relatórios médicos apontavam que ele apresentava condição física debilitada e aparência esquelética.
Além de atuar nos bastidores do Judiciário, o lobista é proprietário de empresas de transporte em diversos estados brasileiros. Segundo as investigações, parte desses negócios pode ter sido usada para movimentar recursos ilícitos. Andreson mantém um perfil discreto, sem presença ativa em redes sociais, e já respondeu a um processo por violência doméstica em 2022, arquivado no ano seguinte por falta de representação da vítima.

