O líder faccional Sebastião Lauze Queiroz de Amorim, de 52 anos, teve a prisão preventiva mantida pela Justiça de Mato Grosso nesta terça-feira (9). A decisão, proferida pela juíza Fernanda Mayumi Kobayashi, do Juízo de Garantias de Cuiabá, revogou a prisão domiciliar que havia sido concedida ao investigado por motivos humanitários em agosto, após a Operação Ludus Sordidus da Polícia Civil.

Amorim, apontado como líder de uma facção criminosa atuante nos bairros Jardim Liberdade e Osmar Cabral, foi preso em flagrante no dia 21 de agosto durante a operação que investiga crimes como jogos de azar, estelionato, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Na audiência de custódia, obteve direito à prisão domiciliar devido a condições de saúde que exigiam acompanhamento médico.

No entanto, segundo a decisão judicial, mesmo sob monitoramento eletrônico, o investigado manteve articulações para dar continuidade às atividades ilícitas. “Surgiram elementos indicando possível trama de retaliação, o que demonstra que a medida alternativa não cumpriu a finalidade a que se destinava”, afirmou a magistrada em seu despacho.

A decisão destacou ainda que a prisão preventiva original (decretada em agosto) não se baseou em denúncias anônimas, mas em investigações independentes que vinculam Amorim a crimes graves. “A denúncia anônima pode servir como notícia-crime, mas somente indícios autônomos fundamentam decisões judiciais”, explicou a juíza.

A operação, executada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO/Draco), cumpriu 38 mandados judiciais em agosto e integra o programa Tolerância Zero do governo estadual. A facção liderada por Amorim atuava sob fachada de ações sociais e um time de futebol amador, mas monopolizava atividades criminosas em territórios específicos de Cuiabá.

O investigado foi conduzido à delegacia após a nova prisão na segunda-feira (8) e permanece à disposição da Justiça. A defesa pode recorrer da decisão.