A proposta de boicote aos produtos franceses, por conta do posicionamento da rede Carrefour em anunciar a suspensão da compra de carne do Mercosul, tomou novo rumo. Ainda bem.
O radicalismo na reciprocidade foi substituído por ações mais pontuais e com efeitos menos danosos.
Mudando de guerra para guerrilha e com motivo mais claro, que é o de combater os motivos alegados pela França em não querer acordo com o Mercosul, que são protecionistas ao seu produtor, enquanto contestam aspectos ambiental e de sanidade dos produtos brasileiros, o que pode se transformar em onda mundo a fora.
Ninguém é obrigado a comprar e nem a vender. Essa foi solução estabelecida entre comerciantes dos dois países. A rede de supermercados em apoio aos produtores franceses, legitimamente, decidiu não mais comprar produtos daqui, e os frigoríficos daqui, por conta da desculpa apresentada, ambientalismo e sanidade, decidiu não mais vender carne para toda a rede, inclusive no Brasil.
Impossível não notar a diferença de soluções apresentadas por empresários e por políticos.
Já que ninguém da segunda categoria iria jogar seus perfumes franceses no lixo, derramar seus vinhos franceses finíssimos na pia e deixar de visitar a Torre Eifel; os que tem carro Peugout, Citröem, gostam de Danone, escrevem com Bic e usam produtos da L’Oréal, podem continuar a vida normalmente, mantendo seus empregos nas empresas francesas presentes no Brasil, que ultrapassam os 80 mil.
Claro que o aspecto financeiro é importante, mas a tranquilidade de não tropeçar, a cada cinco minutos, em um “videozinho” de alguém que nunca pôs os pés no Atacadão dizendo que nunca mais compra lá, não tem preço.