CASO SCHEIFER

“Foram 1.776 dias esperando por esse momento”, diz viúva após julgamento

Extremamente emocionada, a viúva do tenente Scheifer conta que reviveu toda a dor dos últimos anos durante o julgamento que durou mais de 8 horas. Cabo Jacinto foi condenado a 20 anos de prisão em regime fechado.

A estudante de Psicologia, Tássia Paschoiotto Scheifer, acompanhou nesta quinta-feira (2403) do início ao fim o julgamento dos acusados da morte de seu marido, o tenente do Bope Carlos Henrique Scheifer, e disse que esperou muito por este dia. Extremamente emocionada, após o desfecho do julgamento com a condenação de 20 anos de prisão do cabo Jucélio Gomes Jacinto, a viúva conta que reviveu toda a dor dos últimos anos durante o julgamento que durou mais de 8 horas.

“É um misto muito grande. Esperei muito por esse momento. Foram quase cinco anos, 1.776 dias esperando por uma resposta. Como a promotora do caso foi brilhante em dizer eles só mentiram até aqui (Veja AQUI). Eu nunca terei essa resposta do que de fato aconteceu. Mas, o que aconteceu é o Jacinto matou o meu marido. O que a Justiça precisava era comprovar esse dolo. E foi comprovado. Foi horrível. Enquanto eles narravam os fatos, para mim era reviver realmente cada dia de inferno que vivi nesses anos”, desabafou Tássia.

Ela conta que acompanhou do início ao fim a sessão de julgamento realizada de forma virtual pela 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar. O MPE apresentou pediu a condenação do cabo Jacinto por homicídio triplamente qualificado e absolvição dos militares Joailton Lopes de Amorim e Werney Cavalcante Jovino. Por maioria dos votos dos juízes militares do Conselho Permanente de Justiça, Jacinto foi condenação para cumprir a pena em regime fechado (Veja AQUI).

“Estou tentando refazer a minha vida, mas eu conheci o inferno vivendo toda essa dor e reviver isso foi um absurdo. Eles acabaram com a minha vida e da minha família. Enfim, a sensação de vitória é grande. Por mais que a gente saiba que esse ele vai recorrer em muitas instâncias e vai responder em liberdade, mas o que eu puder, vou fazer. É inadmissível que um oficial da PM com a conduta ilibada como foi a do meu marido seja assassinado e não aconteça nada. E ele fique impune e pior : vestindo a farda que meu marido tanto honrava, vestindo a farda que tantos policiais honrados vestem. Eu não admito isso”, declarou Tássia.

Por fim, disse que os três juízes militares do Conselho Permanente de Justiça tiveram uma atuação brilhante. “Só Deus, minha família e meus amigos sabem o que foram esses últimos anos da minha vida. Nada vai trazer meu marido de volta, mas eu fui casada com um homem de conduta ilibada. Eu sabia, tinha certeza que ele não tinha errado e que o erro dele foi ter confiado em pessoas que ele não conhecia”.

CASO – No dia 13 de maio de 2017, o tenente Scheifer foi morto por um tiro de fuzil na região do abdômen em região de mata, durante uma operação que prendeu parte de uma quadrilha de assalto a banco, em Matupá. Devido há muitas divergências do que realmente aconteceu e com o resultado da balística, os militares Lucélio Gomes Jacinto, Joailton Lopes de Amorim e Werney Cavalcante Jovino chegaram a ser preso pelo homicídio, à época. Mas, conseguiram responder ao crime em liberdade.

A princípio, a versão apresentada pelos militares é que o tenente teria sido morto durante o confronto com os bandidos, mas um exame de balística mostrou que o tiro que matou Scheifer foi disparado pelo fuzil do cabo Jacinto.

 

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