REDE SOCIAL NÃO É TUDO

“Existiu a ilusão de que não precisavam mais de TV e rádio”, diz Brasa

Segundo o profissional, realmente a rede social ocupou um grande espaço na cabeça do cidadão e por isso tem-se essa sensação de que apenas anunciar na internet resolve. Mas, não é bem assim.

Em entrevista à Rádio Jovem Pan Cuiabá – 94,9 FM nesta sexta-feira (06.05), o publicitário Júnior Brasa falou sobre o mercado de propaganda e publicidade em Mato Grosso e o momento vivido pelo setor com com a pandemia. Para ele, criou-se uma ilusão por parte dos anunciantes de que com a rede social ele não precisava mais de propagandas em TV’s e rádios.

“A  gente está vivendo um momento onde os veículos começaram a resgatar os seus valores. Com a entrada do digital, das redes sociais, existiu uma ilusão para o anunciante de que ele não precisava mais de TV e rádio.  Pois, a rede social dele iria resolver a vida dele, mas o teto da rede social é muito baixo. A gente sempre mostrou que não era bem assim e, agora, têm pesquisas mostrando isso. Cada veículo tem o seu espaço e nenhum toma do outro. Agora começou a ter uma acomodação mais justa”, declarou Júnior Brasa.

Segundo o profissional, realmente a rede social ocupou um grande espaço na cabeça do cidadão e por isso tem-se essa sensação de que apenas anunciar na internet resolve. Argumenta que os grandes anunciantes de televisão são o Tik Tok e Google e questiona. “Se a rede social é tão plena porque o Tik Tok, que é o rei do digital, anuncia na TV Globo e em outra emissoras? Porque o teto da rede é baixo. A TV alcança muito mais gente. Quando você quer uma campanha publicitária de massa, a rede social é baixa demais”, explica.

Neste sentido, Brasa exemplifica que a rede social é como se cada pessoa pudesse ser uma rádio e que todo mundo pode falar, e todos falam ao mesmo tempo, então, questiona como se fazer ouvir num oceano de informações. Disse ainda que os influencers até conseguem aglutinar um número maior de seguidores, mas ainda assim é uma rede segmentada, não atinge a “massa”.  “Um influencer tem 100 mil seguidores e qualquer rádio e TV tem muito mais audiência que isso”, completa.

CONSUMO EM MATO GROSSO – Questionado sobre o perfil do consumidor mato-grossense, Brasa respondeu que a propaganda no estado é similar ao formato do mercado americano, mas que os hábitos de consumo são diferentes em cada região.

“Com a crise no Brasil por conta da Covid, vimos que o mercado de Mato Grosso é muito mais rico. Ele oxigena mais dinheiro, então as empresas daqui sofreram menos que de outros estados. Assim, anunciam mais, tem um potencial maior porque o consumo está mais ativo. Outros estados agências fechando

Com mais de 40 anos atuando no mercado publicitário, Brasa também é presidente do Sindicato das Agências de Mato Grosso e diretor da Federação Nacional das Agências de Propaganda e durante a entrevista lembrou que eram feitas reuniões semanais durante a pandemia para entender o que estava acontecendo com o mercado.

“Parecia que a propaganda iria morrer. Outros estados agências fechando e pessoas desesperadas. Mas as agências de Mato Grosso sofreram menos porque o agronegócio não parou na Covid e esse dinheiro oxigenava o nosso estado.”

 

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