O ex-CEO das Lojas Americanas, Miguel Gutierrez, foi preso em Madri na manhã desta sexta-feira (28), após entrar na difusão vermelha da Interpol. A Polícia Federal solicitou a prisão preventiva do executivo, alegando que ele se desfez de bens, como imóveis e veículos, e enviou valores para offshores em paraísos fiscais. O juiz Márcio Carvalho autorizou a prisão de Gutierrez e da ex-diretora Anna Saicali na Operação Disclosure, que investiga as fraudes contábeis que resultaram no rombo bilionário na empresa. Ambos os acusados, Gutierrez e Saicali, possuem cidadania espanhola e foram incluídos na difusão vermelha da Interpol após deixarem o Brasil. Enquanto Gutierrez foi preso, Saicali ainda está sendo procurada desde que deixou o país em 15 de junho. Além das acusações de uso de informação privilegiada, manipulação de mercado e associação criminosa, Gutierrez também é investigado por lavagem de dinheiro.
A defesa do ex-CEO alega não ter tido acesso aos autos das medidas cautelares e, portanto, não pode comentar sobre o caso. Segundo os advogados, Gutierrez nega qualquer participação em fraudes e tem colaborado com as autoridades. A Polícia Federal justifica a prisão com base na suspeita de que o crime de lavagem de dinheiro ainda está em andamento, visando a ocultação patrimonial, e também devido à possível tentativa de fuga de Gutierrez. Documentos encontrados pela PF indicam que Gutierrez criou um esquema societário complexo, transferindo imóveis para empresas ligadas a familiares e enviando valores para offshores em paraísos fiscais. Um e-mail revelou uma transação de US$ 1,5 milhão com uma empresa nas Bahamas. O juiz responsável pelo caso autorizou a prisão com base em evidências contundentes, destacando a necessidade de manter Gutierrez sob custódia devido aos indícios de evasão do país e à tentativa de se esquivar da lei penal.
Fonte: Jovem Pan