Somos um povo capaz de reconhecer o sucesso alheio e até desejar esse sucesso, em qualquer área. De boteco a universidade os comparativos parecem tabuada cantada. O pós-guerra japonês, do pó a glória, ou os salários dos trabalhadores norte-americanos, a qualidade de vida na Noruega e por aí vai.
Mas quem prega o espírito de grupo e a disciplina japonesa? Quem vê honra em ceder seus filhos para lutar guerras de outros e repetir a fórmula sangue + dinheiro dos EUA? Ou desejar a carga tributária norueguesa, onde uma cerveja custa mais de 10 dólares, coisa de R$ 55,00, por enquanto, mesmo sendo um país rico em petróleo?
Quando falamos, “vou investir em mim”, as atitudes vão de renovar o guarda-roupa à compra de um carro novo. Raramente um curso, uma especialização etc. A maioria dos diplomas universitários se destinam a concursos públicos.
Trazendo isso para o campo político, temos o maior de todos os desafios, por hora intransponível.
Temos que reconhecer que o Brasil que quer mudanças na política nacional não está disposto a fazer os esforços necessários para que a mudança se estabeleça.
Tudo é muito bom, tudo absolutamente necessário, tudo tem urgência de transformação, “desde que não mexa comigo”. Ninguém quer abrir mão de nada.
Não importa o que um prefeito faça pela cidade, se não asfaltou a minha rua não tem meu voto.
Por ser extrato de nossa sociedade a classe política tem essa consciência e não vai nos decepcionar, tudo permanecerá igual, no máximo possíveis mudanças na embalagem de um mesmo produto. O outrora Gigante Adormecido vive agora a paralisia do sono, que é quando você acorda, mas não consegue mexer um músculo sequer.
De olho grudado no próprio umbigo e a espera do próximo placebo, caminhamos para a próxima eleição.
Brasil, zil, zil, zil