Mal comemorou duas vitórias importantes em seu vasto rol de processos, a suspensão do processo do paletó e a “subida” de processos relativos ao “Cabidão da Saúde” para a justiça federal, que juntamente com o “drible” que deu no gabinete de intervenção, que dava as cartas na Saúde por conta do TAC assinado com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), Ministério Público (PM/MT) e Tribunal de Justiça (TJ/MT) com aquela canetada do Decreto de Calamidade, Emanuel se vê em outro furacão com ventos bem mais fortes, a acusação de ser chefe de uma Organização Criminosa dentro da prefeitura de Cuiabá.
Seu comunicado a justiça de que vai a Brasília no dia seguinte ao afastamento, sem uma nota rebatendo as acusações, se dizendo perseguido etc. como das outras vezes, demonstra a urgência de nova estratégia e a busca por reforço entre as amizades que tem em Brasília, tanto no seu partido (MDB) como em gabinetes de autoridades judiciárias com apoio de seu filho, o deputado federal e um dos vice-líderes do governo federal, Emanuelzinho.
Com suas contas, já reprovadas pelo TCE, para serem julgadas pela Câmara, com mais um pedido de cassação em ano eleitoral, com a base fragilizada e sem a possibilidade de pisar em seu gabinete para um café com os votos que precisa, Emanuel pode ter visto o risco de prisão se aproximar e a necessidade de voltar ao cargo se tornar mais urgente.
A acusação de ORCRIM foi feita com as mesmas provas já existentes em outros processos e já em posse da justiça, resultado das muitas operações policiais, mas nunca divulgadas em tamanha quantidade e até com interpretação dada a conversas registradas em aplicativos feitas pelos acusados, incluído as retiradas do telefone de Emanuel.
Em seu embarque no Aeroporto Marechal Rondon, poucas palavras; “Meu sentimento é que a justiça será feita. Eu acredito na justiça”, disse Emanuel Pinheiro, um tom bem distante do que disse na semana passada, “Não tem nenhum político de Mato Grosso com moral para falar de Emanuel Pinheiro”.