O dólar à vista operava com forte alta frente ao real nesta terça-feira, ampliando os fortes ganhos da véspera, com os receios do mercado sobre o cenário fiscal mais uma vez se sobrepondo ao impulso positivo de um leilão de dólares à vista realizado pelo Banco Central, enquanto investidores ainda digeriam a ata da mais recente reunião do Copom.
Qual é a cotação do dólar hoje?
Às 10h17, o dólar à vista subia 1,27%, a R$ 6,171 na compra e R$ 6,172 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,36%, a 6.181 pontos.
Na segunda-feira, o dólar à vista encerrou o dia em alta de 1,04%, cotado a R$ 6,092 — o maior valor nominal de fechamento da história.
O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 3 de fevereiro de 2025.
Dólar comercial
- Compra: R$ 6,171
- Venda: R$ 6,172
Dólar turismo
- Compra: R$ 6,103
- Venda: R$ 6,283
O que aconteceu com o dólar?
O Banco Central divulgou antes da abertura a ata da reunião de política monetária da semana passada, em que os membros decidiram acelerar o ritmo de aperto dos juros ao elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano, e sinalizar mais dois aumentos da mesma magnitude no próximo ano.
No documento publicado nesta terça, o BC disse que observa uma deterioração em componentes que afetam a política de juros, como câmbio, inflação corrente e expectativas de mercado, vendo os impulsos fiscal e de crédito no país como elementos que estão contribuindo para uma redução do efeito do aperto monetário.
A ata ainda reforçou a mensagem de que a percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal do governo afetou de forma relevante os preços de ativos e as expectativas de mercado, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio.
“Acho que ficou clara, mais uma vez, a transmissão de um ‘recado’ do BC ao governo, dizendo que as políticas devem ser previsíveis e anticíclicas, além de uma crítica velada a política de gastos públicos”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.