CRISE CLIMÁTICA

Dois terços dos pequenos negócios já foram afetados, aponta pesquisa do Sebrae

Sebrae/MT

A crise climática já impactou 63% dos pequenos negócios brasileiros, e 94% das empresas afetadas tiveram de adotar medidas emergenciais para manter as operações. É o que revela a pesquisa “Pequenos Negócios e as Mudanças Climáticas no Brasil”, divulgada pelo Sebrae/MT. Entre as principais ações adotadas estão soluções relacionadas à gestão da água, como captação, reuso e construção de reservatórios, além de contenção de enchentes e reforço estrutural.

O levantamento, realizado com 4.039 empresas pelo Centro Sebrae de Sustentabilidade, mostra que a maior parte reage de forma improvisada: só 18% possuem processos formais de gestão de risco e 64% não têm plano de adaptação. Entre os que receberam apoio técnico, 95% adotaram ações de mitigação e 74% registraram redução de custos ou maior eficiência.

Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, os dados evidenciam resiliência, mas também vulnerabilidade. Já o diretor técnico do Sebrae-MT, André Schelini, reforça o papel do setor na transição climática, destacando que pequenos negócios representam 95% das empresas formais e sustentam 80% dos empregos no país.

Além da escassez hídrica e enchentes, as empresas relatam reforço de estruturas, reorganização logística e instalação de sistemas de refrigeração para enfrentar ondas de calor. A pesquisa aponta que 72% não realizam avaliação formal de riscos climáticos.

Na mitigação, o avanço é mais lento: 65% não monitoram emissões e 57% não adotam medidas para reduzi-las. Apenas 5% acessaram crédito verde, barrado por burocracia, juros altos e falta de informação.

O estudo também destaca diferenças regionais: Centro-Oeste e Norte têm percepção intermediária dos riscos (62%), enquanto Nordeste e Sudeste registram os maiores índices. Mato Grosso e Mato Grosso do Sul têm os menores níveis de percepção do país, com 40% e 37%.

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