CONGRESSO

De balcão de negócios à camelódromo

A falta de compreensão que o governo federal não pertence ao mandatário de plantão e que as legislações aprovadas agora causarão o mesmo entrave ao governo de quem assumir a cadeira, hoje ocupada por Lula, fez com que os poucos que ruborizavam ao “roubar” do executivo, agora fazem as gargalhadas.

A obrigação de o governo federal comprar, mesmo que não haja demanda, um percentual da produção das pequenas hidrelétricas, (PCHs), é um exemplo de a quem o congresso está a serviço. Pouco importa que o preço da energia aumente em 3,5% como é estimado. Desavergonhados por falarem para quem não entende suas justificativas, disseram que é para beneficiar os pobres, pois as empresas poderão manter vagas de emprego. Para isso fazem o pobre pagar antecipado por vagas que não são exigidas e não serão criadas.  Defender Estado mínimo e aprovar essas situações é zombaria.

Setores da indústria ou comércio que passam por dificuldades, se escoram em incentivos federais para que aquele momento não desemboque em desemprego, sempre em nome do pobre. Mas essa situação jamais será revertida, mesmo após o perrengue. Lobbies pressionam, favorecem alguns familiares e se consegue a perpetuação de um benefício que seria passageiro.

Ao mesmo tempo que se recusam taxar mais ricos, cobram do governo controle de gastos e avançam a mão no caixa com aumento de fundo partidário, (nesse caso todos os partidos se uniram). Só nesta canetada 160 milhões de reais anuais.

Deputados agora querem receber aposentadorias juntamente com seu salário, que é proibido e o parlamentar tem que optar por qual valor deseja receber.

A desculpa é que “desestimula a continuidade da participação política de quem já poderia se aposentar”. Neste caso não precisa ser pesquisa, basta uma enquete entre os parlamentares, respondendo uma pergunta simples: Quem troca um mandato por aposentadoria? Invente de sugerir aposentadoria obrigatória a partir de uma certa idade para ver a gritaria.

Os mesmos que gritam por penas mais severas para bandidagem não permitem que se transforme em crime hediondo o roubo do erário, e boa parte luta por anistia de quem não foi condenado ainda.

É tão na cara que constrange ditadores.

Enquanto a população brasileira não perceber que o principal culpado pelos seus sofrimentos é, em primeiríssimo lugar, o Congresso e a presidência em segundo plano, vamos continuar a evolução começada a décadas atrás; o que era um balcão de negócios, hoje é camelódromo.

A continuar assim, logo teremos concurso público para locutor de porta de Congresso, mas que seja honesto e não engane com falsas promoções, os clientes do legislativo.

Quanto tempo leva para o eleitor brasileiro ver que no quadro político atual, ele se sente pertencido, mas usa escafandro?

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