ESTÁDIO/ARENA

Dá para torcer sem xingar alguém?

Um caso de racismo em um jogo de futebol entre Mixto/MT e Goianésia, remete a reflexão de quem são os torcedores apaixonados por seu time.

O que faz com que pessoas, mesmo as que não sejam jogadores, como é esse o caso onde a pessoa agredida tem a função de preparador de goleiros, sejam xingadas, agredidas, insultadas, diminuídas etc.?

É patente que ao se ver em meio a outros torcedores pessoas mudam imediatamente e demostram comportamento muito diferente daquele que aparentavam no trajeto até o estádio

Não é o esporte ou o jogo que desperta isso em torcedores, são os torcedores que levam seu “eu” racista, egoísta, covarde, homofóbico, entre outros defeitos morais, para os estádios, onde a aceitação dessas manifestações por parte de quem está ao lado, talvez, seja o grande fator da “paixão” pelos estádios e o time.

Os torcedores fanáticos, levantados no Brasil em pesquisa no ano passado, mostraram 35% de homens e 26% entre as mulheres, que assim se declararam.

O tema merece estudos aprofundados, a começar pelo pai que se transforma, sem que perceba, na frente dos filhos menores que levou para o estádio, ao demonstrar comportamento que, ele próprio, repreende no dia a dia da família.

O comércio do esporte aguça a rivalidade entre os torcedores e por vezes mede em pesquisa os tamanhos das torcidas, que virou outro ponto de disputa.

O perfil sócio econômico surpreende, não se trata de coisa de pobre sem formação.

Pesquisa feita em 2014 de um time específico, o Corinthians, revelou que somente 6,3% tinham renda familiar de um salário mínimo, 31,5% de R$ 3.520, 00 a R$ 8.800, em valores da época.

O nível de escolaridade revelou 1,4% de fundamental completo ou incompleto, 41,7% ensino superior completo e 27,6% com pós graduação, entre outros níveis.

Análises desse comportamento, que já matou rivais em diversas ocasiões no país, poderia muito bem subsidiar ações em situações diversas, como o feminicídio, onde um bom amigo, pai e cidadão, se transforma a ponto de matar por sua derrota no campo emocional.

Quem você leva para o estádio, um torcedor ou criminoso?

Isso não é sobre quem você deu carona, nem sobre todos os que gostam de futebol.

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