As mãos são uma das primeiras regiões do corpo a revelar os sinais do tempo. Com o passar dos anos, é comum observar a perda de volume, o afinamento da pele, a maior visibilidade dos tendões e vasos, além do surgimento de manchas. Diferente do rosto, muitas vezes alvo prioritário dos cuidados estéticos, as mãos acabam sendo negligenciadas — e, justamente por isso, se tornam um dos principais marcadores do envelhecimento global.
Nos últimos anos, a dermatologia e a medicina estética vêm se beneficiando dos avanços da medicina regenerativa, e uma das técnicas mais inovadoras nesse campo é o Nanofat — um derivado do tecido adiposo com alta concentração de células-tronco e fatores de crescimento, capaz de promover rejuvenescimento celular e melhora da qualidade da pele de forma natural e duradoura.
O Nanofat é obtido a partir da lipoaspiração de pequena quantidade de gordura, geralmente da região abdominal ou dos flancos. Esse material passa por um processo de emulsificação e filtração que separa os componentes estruturais da gordura, resultando em um fluido rico em células progenitoras, fatores bioativos e mediadores anti-inflamatórios. Ao contrário do enxerto de gordura tradicional, o Nanofat não tem função volumizadora, mas bioestimuladora — ou seja, ele não preenche, e sim regenera o tecido.
Quando aplicado nas mãos, o Nanofat atua em múltiplos níveis:
• Estimula a produção de colágeno e elastina, melhorando a espessura e a firmeza da pele;
• Aumenta a hidratação e o viço, graças à modulação da atividade celular e à melhora da microcirculação local;
• Reduz a aparência das manchas e uniformiza o tom cutâneo, pela ação antioxidante e anti-inflamatória dos fatores de crescimento;
• Devolve a textura e luminosidade, conferindo às mãos um aspecto mais jovem, suave e equilibrado.
O grande diferencial do Nanofat está no fato de ser 100% autólogo, ou seja, proveniente do próprio paciente, o que elimina o risco de rejeição e reduz significativamente a chance de reações adversas. Além disso, trata-se de um procedimento minimamente invasivo, realizado sob anestesia local, com recuperação rápida e resultados progressivos, que se tornam mais evidentes entre 4 e 8 semanas após a aplicação.
Outra vantagem é a possibilidade de combinar o Nanofat com outras tecnologias — como lasers fracionados, luz pulsada ou bioestimuladores de colágeno — potencializando o resultado global. Essa sinergia permite tratar tanto a estrutura dérmica quanto as alterações pigmentares, alcançando rejuvenescimento completo das mãos.
Do ponto de vista científico, a eficácia do Nanofat está relacionada à presença de células-tronco mesenquimais e vesículas extracelulares (exossomas), que liberam sinais capazes de modular o comportamento celular e induzir regeneração tecidual. Em termos simples, é como se o Nanofat “ensinasse” as células da pele a voltarem a funcionar como células jovens.
O resultado é uma pele mais densa, elástica e revitalizada, com melhora visível da textura e redução do aspecto enrugado. Em comparação com outras técnicas, o Nanofat oferece uma abordagem mais natural e biológica, atuando nas causas do envelhecimento, e não apenas nos seus efeitos superficiais.
Em um momento em que a estética caminha lado a lado com a biotecnologia, o Nanofat se consolida como um dos mais promissores recursos do rejuvenescimento das mãos. Ele representa a união perfeita entre ciência e naturalidade — uma técnica que não apenas rejuvenesce a aparência, mas restaura a vitalidade e a função da pele, reafirmando o conceito moderno de beleza: saudável, autêntica e regenerada.
Diogo Tadeu Alves Corrêa é médico, atua na clínica Tez na área de estética há 18 anos.