Eleitores e admiradores do presidente Jair Bolsonaro estão organizando uma manifestação e carreata pelas ruas de Cuiabá no próximo domingo, 1º de agosto, para defender o voto impresso nas eleições de 2022. A mudança é defendida de forma ferrenha pelo presidente, que chegou a dizer que não disputaria a eleição no próximo ano se não houver voto impresso.
O ativista político Leandro Figueiredo, um dos coordenadores do movimento em Cuiabá, afirma que a sociedade precisa do voto impresso para que as eleições em 2022 tenham mais segurança que o atual sistema, apenas com o uso de urna eletrônica.
“Se hoje quando formos comprar uma bala, nós pegamos um cupom fiscal. Como que, na hora do voto, não podemos ter um comprovante que votamos no candidato?”, comparou o ativista.
“Nossa carreata pró-Bolsonaro e a favor do voto impresso auditável, com a contagem pública dos votos, vai acontecer no dia 1° de agosto, com saída marcada para as 15 horas na Praça das Bandeiras e irá até a Praça 8 de Abril, em frente ao Choppão. Estamos organizando uma manifestação pacífica com todo o cuidado para que não exista nenhum ato de vandalismo e nenhuma ocorrência”, complementou o ativista.
O ato é defendido e convocado pelo próprio presidente Bolsonaro e por congressistas de vários estados, como as deputadas federais Carla Zambelli (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF), autora da PEC 135/19, que estabelece o voto impresso.
Bia Kicis inclusive gravou vídeo convocando a população de Cuiabá para ir ao evento. “Meus amigos de Cuiabá, quero convocar vocês para estarem nas ruas no dia 1°, a partir das 15 horas, Praça das Bandeiras. Faremos isso pelo voto impresso auditável com contagem pública. Juntos nós somos mais fortes”, declarou.
Em Mato Grosso, o deputado estadual Gilberto Cattani (PSL) manifestou apoio à iniciativa em suas redes sociais e será um dos políticos bolsonaristas que vão participar da carreata em Cuiabá.
SEM PROVAS – Em defesa do voto impresso, Bolsonaro alega que tem provas de que houve fraude nas urnas eletrônicas em 2018. Contudo, não apresentou nenhuma evidência de fraude, mesmo quando foi interpelado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para fazê-lo.
Entre os opositores de Bolsonaro, a defesa veemente do voto impresso é vista como uma ‘preocupação de perder a eleição’, assim como aconteceu com Donald Trump nos Estados Unidos. Derrotado nas urnas, o ex-presidente americano tentou tumultuar o processo eleitoral e chegou a estimular uma invasão ao Capitólio, que terminou com cinco mortos.
(ESTADÃOMATOGROSSO)