Joe Biden, que está submetido a uma forte pressão para retirar sua candidatura à Casa Branca, anunciou nesta quinta-feira (11) o “presidente Putin” ao apresentar o chefe de Estado ucraniano, Volodimir Zelensky, durante a cúpula da Otan em Washington. “E agora quero ceder a palavra ao presidente da Ucrânia, que tem tanta coragem quanto determinação. Senhoras e senhores, o presidente Putin”, disse o democrata de 81 anos, que se afastou do microfone e, quando se deu conta do erro, acrescentou: “Ele vai derrotar o presidente Putin. O presidente Zelensky.”
Zelensky foi recebido na Otan
Nesta quinta-feira (11), o presidente da Ucrânia pediu aos líderes dos países da Otan que eliminem “todas as restrições” aos ataques de Kiev em território russo com armas ocidentais, no último dia de uma cúpula da Aliança Atlântica em que a China foi acusada de apoiar a Rússia. “Se quisermos vencer, se quisermos prevalecer, se quisermos salvar nosso país e defendê-lo, devemos eliminar todas as restrições”, declarou Zelensky em uma coletiva de imprensa ao lado do secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg. Diversos países da Otan impõem restrições ao uso das armas que fornecem à Ucrânia, o que impede que atinjam as posições de onde a Rússia lança ataques contra as cidades e infraestruturas ucranianas. Essas nações, como a Alemanha, temem uma escalada do conflito com a Rússia. Mas Zelensky, em geral, está satisfeito com as medidas de ajuda militar ao seu país decididas pelos 32 membros da Otan, reunidos em uma cúpula desde terça-feira em Washington. São “decisões muito importantes”, disse.
Os aliados anunciaram o iminente envio de aviões de combate F-16 de fabricação americana, novos sistemas de defesa aérea, um compromisso financeiro de pelo menos 40 bilhões de euros (R$ 235,1 bilhões) em ajuda militar e o reconhecimento de que o país está em um “caminho irreversível” para se tornar membro da Otan. Zelensky disse que espera que os cinco sistemas de defesa aérea prometidos cheguem à Ucrânia “o mais rápido possível” e lembrou dos ataques russos no início desta semana, os quais devastaram um hospital infantil em Kiev e mataram 43 pessoas em todo o país.
Durante esta cúpula, que comemora os 75 anos de existência da Aliança Atlântica, os líderes da Otan também expressaram preocupação com o apoio da China à Rússia na guerra na Ucrânia. A questão foi mencionada durante uma reunião na quinta-feira com seus parceiros da Austrália, Japão, Coreia do Sul e Nova Zelândia. A China considera que o convite a esses países é um pretexto para ampliar sua influência na Ásia.