A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, na manhã desta quarta-feira (26), a Operação Vertigem, para cumprimento de 17 ordens judiciais, entre mandados de prisão e busca e apreensão, com alvo em um grupo criminoso envolvido com o tráfico de drogas sintéticas em Cuiabá. Entre os alvos está o bacharel em Direito, Rodrigo de Figueiredo.
Na operação, são cumpridos nove mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão domiciliar, deferidos pelo Núcleo de Justiça 4.0 do Juiz das Garantias – polo de Cuiabá. As ordens judiciais são cumpridas nas cidades de Cuiabá e no Rio de Janeiro (RJ).
As investigações, conduzidas pela Delegacia Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc), iniciaram no ano de 2023, após cumprimento de ordens judiciais da Operação Doce Amargo. Na ocasião, durante as buscas na casa de um dos alvos, assessor do poder judiciário, foram apreendidos eletrônicos e documentos relacionados à atividade criminosa. À época da prisão na Doce Amargo, Rodrigo atuava como servidor comissionado do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), ocupando a função de assessor de um juiz, com salário de R$ 9 mil.
Com o avanço das investigações, foi possível identificar uma rede de fornecedores de drogas relacionadas ao servidor. Entre os fornecedores, está o principal alvo da operação, traficante de Cuiabá, mas que atualmente se encontra no Paraguai e enviava as drogas do país vizinho para a capital mato-grossense.
As investigações apontaram ainda que o servidor público atuava como principal membro de grupos de rateio para aquisição de entorpecentes entre grupos de pessoas de alto poder aquisitivo, inclusive obtendo lucro com sua atuação.
Os alvos da operação atuavam na venda de drogas como ecstasy, MDMA, LSD, conhecidos popularmente como “bala”, “roda” e “doce”, além de outras substâncias como “loló”, lança-perfume ou clorofórmio. Com base nos elementos apurados, foi representado pelas ordens judiciais, que foram deferidas pela justiça e cumpridas na manhã desta quarta-feira (26). As ordens judiciais buscam desarticular a atuação do grupo criminoso, assim como a identificação de outros possíveis envolvidos.
Renorcrim
A Operação faz parte das ações da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim). A rede reúne delegados titulares das unidades especializadas e promotores públicos dos 26 estados e Distrito Federal e é coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Diretoria de Inteligência e Operações Integradas (DIOPI) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), para traçar estratégias de inteligência de combate de forma duradoura à criminalidade.

