APARTAMENTO DE R$ 1 MILHÃO

Asfixia financeira é o meio eficaz de frear organizações criminosas no estado, aponta investigação da Polícia Civil

A investigação da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Civil de Mato Grosso, apurou que integrantes de uma facção criminosa usaram empresas de fachada e pessoas físicas para movimentar o pagamento de um apartamento, avaliado em R$ 1 milhão de reais, comprado para lavar dinheiro do tráfico de drogas.

O grupo foi alvo de 11 mandados de buscas e 8 de prisões na Operação Fair Play, deflagrada na quarta-feira (27), com diligências em dois estados do País. Na avaliação dos delegados da GCCO, Gustavo Belão e Rafael Scatolon, e do diretor de Atividades Especiais da Polícia Civil, Cláudio Alvares Sant’Anna, a asfixia financeira, a partir de investigações qualificadas, é o meio mais eficiente para frear e enfraquecer a atuação de organizações criminosas no estado.

“As investigações da Polícia Civil têm como foco a asfixia financeira a fim de reprimir a atuação das organizações criminosas no Estado, a exemplo do que foi apurado na Operação Fair Play, deflagrada nesta quarta-feira, com ações contundentes para descapitalizar os grupos criminosos, atacando o patrimônio”, pontuaram os delegados.

Nesta quarta-feira, a Polícia Civil de Mato Grosso cumpriu 19 mandados judiciais contra os alvos da Operação Fair Play, investigados pela lavagem de dinheiro proveniente de atividades criminosas, sendo o tráfico de entorpecentes a principal delas.

O apartamento foi adquirido no ano passado, cujos pagamento iniciaram em 2023 e foram concluídos neste ano. Um dos líderes do grupo criminoso, Paulo Witer Farias Paelo, de 38 anos, usufruía do imóvel, localizado em um prédio de classe média e próximo à praia na cidade catarinense de Itapema. Ele frequentava a cidade e outros pontos turísticos do estado do Sul do país, junto com comparsas em viagens de férias e datas comemorativas, como ano novo.

O imóvel foi alvo de decisão judicial do Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá, que decretou o bloqueio do apartamento e a apreensão de objetos encontrados no local. Durante as buscas realizadas em Cuiabá, as equipes da Polícia Civil apreenderam três veículos dos investigados, entre eles um modelo Jeep Renegade, um VW Nivus e um Nissan.

“A GCCO tem como preceito fundamental em suas investigações a asfixia financeira das organizações criminosas por entender ser o único método eficaz de enfrentamento às facções que atuam no estado. Em razão disso, nos últimos anos, a unidade vem implementando e aperfeiçoando investigações financeiras qualificadas com enfoque na descapitalização dessas organizações criminosas, fruto de um trabalho que resultou em milhões em bens e ativos sequestrados”, argumentou o titular da GCCO, delegado Gustavo Belão.

Entre os bloqueios determinados judicialmente, ainda estão 11 contas bancárias de pessoas físicas e duas de pessoas jurídicas, além da suspensão de atividades econômicas de duas empresas ligadas aos investigados e usadas na lavagem de dinheiro.

 

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