"ATIREI O PAU NO GATO"

As causas do animal

 

Não só a dona Chica, mas muita gente se admirou com o número de pessoas que se vestiram de preto, fizeram faixas e foram protestar em frente da residência de um professor aposentado da UFMT, que atirou um machado em um gato e matou o bichano na rua.

A causa animal tem crescido e ganhado força nas redes sociais. O que era tema secundário algum tempo atrás, hoje movimenta milhões de pessoas e bilhões em dinheiro pelo mundo.

Evoluiu nos motivos também. Desde a luta pelas baleias até 1986 quando o Japão proibiu a caça. No Brasil uma longa batalha contra a extinção do mico-leão-dourado desde 1970, quando a população deste animal não passava de 400 indivíduos e desde 2002 passa pela mão de milhões de brasileiros diariamente nas notas de 20 reais.

Hoje os motivos não são mais somente pela preservação de espécies.

Faz parte da mudança das características das famílias, onde ampliação das possibilidades de escolhas individuais proporcionaram o retorno a infância dos pais, onde se pode brincar de “casinha” e adotar uma boneca no treinamento para se ter uma família, só que agora com um ser vivo.

Outros, mais cautelosos com o ser humano, chegam à conclusão que filhos dão muito trabalho, olham para si mesmos quando jovens e crianças e concluem que dois humanos e um animal já formam uma família e pronto.

Surgiram os “pais de pet”, título defendido com naturalidade e até orgulho. Não há aqui reprovação sobre como as pessoas preenchem suas vidas e ou nem a negativa de que existe amor humano, sincero, endereçado a animais.

Talvez tenha escapado, ou esteja em andamento para escapulir do plano principal, o direito humano em ter privacidade, de não gostar de determinado animal e na outra ponta a responsabilidade e regras para quem quer tê-los sob tutela.

Nem todos gostam de cobras, iguanas, cavalos e mesmo cães e gatos. Nem eles (animais) têm simpatia obrigatória entre si.

Para reflexão: As pessoas tem direito de não querer animais de vizinho, ou quem quer que seja, dentro de seu quintal ou residência?

A pessoa que cria animais soltos, principalmente gatos, com sua facilidade em escalar muros e janelas alheias, não comete infração nenhuma e nem se quer deve ser incomodada?

Chamar atenção para a outra ponta do problema não é buscar justificativas para a covardia feita com o gato, mas é necessário apontar que tratar desse caso isoladamente, não está nem perto de buscar soluções para acomodar todos os animais, de duas e de quatro patas, com ou sem pena, no mesmo ambiente.

Em quanto isso, dona Chica, desde 1982, se diverte ouvindo o “Rock da Cachorra” de Eduardo Dusek.

 

*imagem: reprodução.

 

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