FOLE SOLTO

Ao redor do buraco, “todes” é beira

O velho guerreiro, Abelardo Barbosa, o Chacrinha, tinha como bordão “Eu não vim para explicar, vim para confundir”. Mais de 40 anos após sua morte, isso deixou de ser uma frase de efeito para se tornar método político.

Não há nada de novo. Os filmes em preto e branco já retratavam o ardil de se arrumar uma confusão em um bar para encobrir uma ação que deveria ocorrer naquele espaço, mas que não deveria ser percebida.

Mas, o movimento de vai e vem nas atitudes e posicionamentos, como se fosse um fole, não são estratégia, são resultado da inexperiência e soam como se o motorista perguntasse ao passageiro qual é caminho a ser escolhido.

Defender a liberdade de expressão acima da lei e processar um humorista ao mesmo tempo em que diz aos cidadãos que irá “tapar o buraco” de quem solicitar obras emergenciais, podem não parecer ser atitudes de uma mesma pessoa.

Aumentar o número de secretarias, dizendo que o orçamento é um só e não haveria aumento de gastos, solicitar ao parlamento a contratação extra de funcionários e anunciar que terá que demitir servidores para conter gastos, mesmo sem queda na arrecadação.

Defensor da família, contra a adultização de crianças, mas, contra a regulação dos meios de divulgação dos conteúdos de pedófilos, entre outros crimes, por ser favorável a liberdade de expressão. Liberdade essa que um humorista não pôde exercer ao incluí-lo em brincadeiras e servir de local para que internauta, usando a mesma liberdade de expressão, fizesse trocadilho com nome de artista internacional, sentindo-se ofendido com “Leonardo di Caps”.

Está cedo ou já pode tirar conclusões a respeito da promessa: “Vou resolver o déficit de Cuiabá, acabando com a corrupção e cortando contratos desnecessários”?

Não dá para negar a sensação crescente que Cuiabá foi jogada ao léu.

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