O delegado da Polícia Civil, Gustavo Godoy, afirmou em coletiva à imprensa que o adolescente de 15 anos, alvo de operação nesta terça-feira (27), abriu uma sala virtual para incentivar maus-tratos aos animais e automutilação. O menor alegou que “sentia poder” nas redes sociais, já que costumava sofrer bullying na vida real.
Em Mato Grosso, são cumpridas três ordens judiciais, sendo um mandado de busca e apreensão domiciliar contra uma adolescente, de 16 anos, na cidade de Sinop, e dois mandados de busca e apreensão e de internação provisória contra o líder do grupo, um adolescente de 15 anos, na cidade de Rondonópolis.
O menor apontado como líder do grupo já havia sido alvo da 1ª fase da operação, deflagrada em agosto de 2024 e também da Operação Discórdia, deflagrada pela Polícia Civil no último mês de abril.
As investigações identificaram uma rede de pessoas, com participação de adolescentes que, de forma articulada, praticava crimes como indução, instigação ou auxílio à automutilação e ao suicídio, perseguição (stalking), ameaças, produção, armazenamento e compartilhamento de pornografia infantil, apologia ao nazismo e invasão de sistemas informatizados, incluindo acesso não autorizado a bancos de dados públicos.
“Foi a partir de um outro alerta do Ministério da Justiça, que ele estaria usando a plataforma Discord para promover o incentivo à automutilação, maltrato a animais, chega ao ponto de 400 pessoas estarem numa sala assistindo um outro adolescente matando um gato ao vivo. Então assim, são cenas até pra gente da polícia que está acostumado a ver cenas chocantes, chega-se uma imagem que choca. Então, você vê que menos de um ano depois o adolescente voltou a ter o uso do celular liberado pelos pais, sem nenhuma supervisão, tanto que ele estava praticando essa série de atos infracionais. As práticas criminosas ocorriam principalmente em plataformas como WhatsApp, Telegram e Discord, nas quais os investigados disseminavam conteúdos de violência extrema, estimulavam comportamentos autodestrutivos, realizavam coação psicológica, ameaças e exposição pública de vítimas — em sua maioria, adolescentes — causando danos emocionais e psicológicos severos.”, disse o delegado.